quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A escola do meu filho

Todas as mães experimentam esta conversa vezes suficientes para se irritar e alegrar em número igual em cada conversa. A tal discussão acerca das escola, escolinhas, infantários, etc e tal.
Eu, quando tive de escolher não me dei a grande trabalho, escolhi a que estava mais perto, a que tinha mais espaço envolvente para brincar, a que estava dentro da vila, a que alberga meninos de todas as origens. E, depois descobri que a escola do meu filho é a escola. Porquê? Porque de cada vez que tenho a tal conversa com as minhas amigas ou colegas de trabalho, ou simples conhecidas, fico com uma série de certezas que no início das ditas conversas são só delas.
Assim, passo a enumerar. As fardas e os bibes e os chapéus, fora do contexto escolar, não interessam para nada a não ser para mostrar e para estratificar.
Isolar as crianças em vivendas, longe da povoação, retira-lhes a oportunidade de andar a pé pelas ruas da vila e experimentar o que a vida nas ruas tem para oferecer. Nomeadamente, ver as cores da rua, os artigos expostos à porta das lojas, aprender a atravessar no sitio certo e a caminhar em ruas com carros "ENCOOOSTA!", construir um mapa mental das ruas à volta de casa e da escola e aprender os caminhos.
O respeito pela diferença deve ser trabalhado dia a dia para formarmos adultos tolerantes a dispertos para essa diferença, assim, estar integrado em turmas multi comportamentais, inventei este termo agora, apesar de tudo, torna as nossas crianças mais resistentes e preparadas para o mundo lá fora.
Nem todos os meninos podem comer de tudo e há alguns que são alérgicos a coisas tão corriqueiras como um beijinho cheio de manteiga na boca de um coleguinha que resulta em borbulhas na cara. Na escola do meu filho há ementas para todos estes meninos que têm intolerâncias alimentares sem que eles se sintam assim tão diferentes, mas antes integrados, pois os pais não têm de se preocupar com marmitas e termos de comida preparada.
Durante as férias grandes de outrora, os nossos filhos têm de ficar na escola de todos os dias e esperar pelas nossas férias. Na maior parte dos casos que conheço aqui à volta, no verão as escolas param e não há grandes actividades. Na escola do meu filho houve sempre actividades durante o verão. Foram afixados os programas semanais que incluíam dia de cinema, dia de culinária, dia de trabalhos e por aí fora, ocupando os dias das crianças sem que se sintam fartas de por ali estar porque os colegas já foram de férias e eles não.
Quando a conversa chega a este patamar as minhas adversárias de debate dizem sempre qualquer coisa, como "ah, mas eu posso sempre entra a qualquer hora na escola e ir à sala do meu filho!". Pois, mas ali há gente a trabalhar e tem de haver alguma ordem, certo!? Eu também posso, mas é claro que tenho de cumprir normas e mostrar ao meu filho que não passo por cima de ninguém e não interrompo a não ser que seja mesmo necessário.
No fim, fico sempre com uma sensação de vitória, porque sinto com toda a certeza que a escola do meu filho é , para mim e para ele, a melhor! Lá há uma continuação do ambiente familiar, há espaço para a imaginação e para a criação, para o respeito pelos outros e para a tolerância!
Obrigada

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

mães e filhos

E Setembro chegou e partiu e ainda não arrefeceu!

"Mãe, este Outono está muito quente, sabes!"

E no último dia de Setembro, mas tinha de ser mesmo no último, uma neblina breve e morna paira sobre a vila, mas não há meio de arrefecer!

sábado, 12 de setembro de 2009

gripes, bombeiros gordinhos, sextas-feiras, gravidezes e cortes de cabelo

E foi uma sexta feira muito comprida, foi o que foi!
Despachei-me do Centro de Saúde em hora e meia, sim, eu vou repetir, em 1h30m fiquei consultada e carimbada e informada.
A médica: "ENGRAVIDAR?! ESTÁ FORA DE QUESTÃO! ESPERA PELA PRIMAVERA, OUVISTE!"
Eu: "Porquê? Para não ofender os passarinhos e as abelhas que só o podem fazer na primavera como se não houvesse amanhã?"
A médica: "Não queres pertencer aos grupos de risco, pois não? Acalma-te, que ainda tens muito tempo.!
E pronto dona manela ainda não vou fazer o amor para procriar como nas famílias ditas funcionais. Vai ser só mesmo por puro prazer.
E lá fui ao cabeleireiro tirar os restos do verão e do sol e do mar.
Linda linda pus-me a caminho do trabalho, pois era sexta feira e esta semana o sábado era da A.
De repente a meio da tarde, uma colega tem um ataque de asma, que a deixou mesmo muito mal ao ponto de termos de chamar uma ambulância. Chegam os bombeiros e começam as perguntas e as ilações do tipo está com boa saturação de oxigénio, acalme-se que isso não é nada e assim. Até que à pergunta esteve em contacto com alguém que tenha tido ou demonstrado sintomas de gripe A, ela de lábios roxos responde que sim. Está o caldo entornado. Eles entram em pânico e resolvem activar uma espécie de plano de contingência de bradar aos céus. Mandam vir uma ambulância"especial" para estes casos, que não era nenhuma nave, como eu secretamente esperava, mas uma ambulância velha muito bem lavada e cheia de pequenos pedaços de alumínio a vedar as janelas por dentro... não vão os vapores sair. Vestiram a moça de bata e máscara, assustaram-na a ela e a nós com frases do tipo não deixem entrar ninguém, todos vão ter de fazer análises, é melhor fechar por hoje, para, uma hora depois ( já que a doente não demonstrava sinais de febre, dhaaaaahhhhh) dizerem que o próprio companheiro poderia levá-la ao centro de saúde mais próximo para ser vista, pois devia ser só um ataque de asma.
DESCULPAAAAAAA!
E eu pergunto: brincamos? É assim que vai ser daqui pra frente? Eu, que ando sempre de lenço de papel a assoar o nariz por causa das alergias, vou finalmente poder dispersar multidões, é isso? Os bombeiros não têm formação para lidar com estas situações porquê?
Se quem tem cu tem medo, escolham outra desocupação tá?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Até aos trinta...

... tens a cara que deus te deu. Depois tens a cara que mereces.
Li ontem no genérico do filme A cara que mereces, que não acabei de ver, pois, adormeci no sofá... ( mais uma coisa decadente para acrescentar à lista...) Mas gostei das frases.
Nada mal a cara que mereço, so far...
Os últimos dias de Agosto estão a deixar as pessoas loucas e um pouco parvas também. Já só anseio por Setembro e pela sua nostalgia e pelo seu fresco.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

homenagens... cada um tem a sua a fazer!

Queria prestar uma homenagem às familias numerosas de numerosos emigras que estão de férias e transformam qualquer praia calma num verdadeiro INFERNO!
ah e também às pessoas que fumam ruidosamente soprando o fumo como se não houvesse amanhã e tentando apagar um incêndio em almada quando estão sentados numa esplanada do barreiro...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Não se faz...


Eu sei que por uma andorinha não acaba a primavera, mas por um Warrick, o CSI fica muito diferente!
Não estava preparada para ver aquilo. Não estava!
Não sei se é o ar decadente chiq, ou se é aquele corpanzil a sair da camisa, ou se são os olhos verdes resultantes da mistura entre corsários e escravas há muitas centenas de anos atrás. Enfim, só sei que não se mata um homem assim, nem a fingir!
Não se faz! Bad boy!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Decadente

Aproveitando um comentário da minha querida Jade, deixo aqui algumas coisas que passei a considerar decandentes. Não quer dizer que não as faça, ou que não frequente os sitios ou não coma os alimentos, apenas os acho decadentes, e não quero criticar ninguém.

O que acho decandente:

ouvir a RFM
comer tremossos
ir à Costa da Caparica
a esplanada do Galeto depois das 18h00
flores de plástico
comprar revistas cor de rosa
ler revistas cor de rosa fora da praia ou da casa de banho
ler Paulo Coelho e achar que me sinto uma pessoa melhor
oferecer ramos de flores no aniversário
fazer festas de anos fora de casa
vinho rosé
lagosta suada
Allgarve e Vila Moura e os bacanos que vão para lá só para ver o figo no bar do china
ir à missa
sacos de plástico
boleiras de loiça
o cubo mágico
sapatos de plataforma
botas brancas
livros policiais
pessoas que falam sem saber o que dizem
a rua das portas de santo antão e os senhores às portas dos restaurantes de ementa na mão
as bandas filarmónicas
o futebol ao domingo à tarde
as patuscadas depois dos jogos de futebol
as mulheres de um lado e os homens do outro
pérolas
o Vitor Espadinha
a Diana Kral
os cheiros artificiais de supermercado.

Dos três peixes...

... que comprámos há uma semana, resta apenas um, o derradeiro de seu nome Hector. O Touca e o Faísca Mcqueen também já respousam no caixote do lixo.
Já pensamos em caranguejos eremitas...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Aos fregueses

Eu gosto que os visitantes se divirtam, por isso além de dar de comer aos meus peixinhos, podem também calcular a quantidade de calorias que ingeriram hoje!
Estou a gostar muito disto...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tardes de chuva, gravidezes múltiplas... e mães muito embaraçadas

Ontem ouvia na rádio uma rubrica de Eduardo Sá e de Isabel Stilwell sobre a educação sexual, o papel dos pais e da escola neste contexto. O que me ficou desta breve conversa, que deve estar em pod cast no site da antena1, foi que o essencial é mais uma vez o diálogo. Sim o diálogo entre pais e filhos, tentando explicar tudo às criancinhas e aos jovens e blá blá blá...
Não podia estar mais de acordo claro, no entanto, durante estes diálogos que, por vezes, acontecem entre mim e o meu filho de cinco anos eu sinto a minha total incapacidade para lidar com o assunto. Acho que é assim com todos os pais / mães.
Quando falamos em educação sexual tudo se resume 1. ao acto sexual e à forma como o poderemos explicar de forma apropriada à idade o que implica ir explicando sempre o que eles precisam de saber sem nunca revelar a mais nem deixar a sua curiosidade insatisfeita. É difícil! 2. ao nascimento, como consequência do acto sexual, ou de amor, já que eles não vão em conversas que envolvam cegonhas e afins, escusam de tentar. E o nascimento, tem um problema acrescido (não para mim que tenho uma fantástica cicatriz de cesariana): explicar como acontece sem, mais uma vez, ultrapassar o que eles vão conseguir entender.
Por mais que eu já tenha lido ao meu filho o livro "O nascimento" e ele tenha obtido resposta a tudo o que já perguntou sem envolver aves ou insectos melíferos, com muito esforço meu, há dias fiquei desarmada quando via na televisão um documentário chamado "gravidezes múltiplas", que iriam obviamente acabar em partos. E claro que um deles tinha de ser natural. Eu estava sentadinha no sofá e ele também, o programa foi avançando até que o pequeno pergunta, e eu mãe como nasci?. Eu muito expedita, mostrei a cicatriz e ele ficou caladinho e eu muito aliviada. Pronto, pensei, já não vai perguntar mais nada, agora é só ver até ao fim. Eis se não quando, uma destas gravidezes acaba em parto normal. Apesar de todos os meus medos e receios e de uma enorme vontade de mudar de canal, desligar o quadro da luz, fingir desmaiar, etc, aguentei firme, e fiz bem, porque a reacção dele ao ver os bebés a nascer foi a mais normal e natural que poderia esperar. Só ficou surpreendido por a senhora ter dores e disse: "quando o mau mano nascer eu quero estar a fazer-te companhia para não te doer."
Pronto! Medo para quê? Histórias mirabolantes inventadas todos estes anos com que finalidade?
Estou satisfeita pois com a ajuda da tv e do bem fadado diálogo, a criança viu coisas que eu não conseguiria explicar e não ficou chocada.
É claro que as perguntas não vão acabar e ainda bem. Mas eu não quero que o meu filho seja um jovem mal informado que acredite em mitos urbanos do tipo "à primeira não engravida"; "com o período não engravida"; "o preservativo atrapalha"; "quando dizem não querem dizer sim" e por ai fora...
Vai ser um longo caminho a percorrer, pois já a seguir vem a idade da prateleira, ou será do armário, e eu quero deixar a porta aberta para que ele venha sempre ter comigo fazer as suas perguntas. Por mais que me custe, vou tentar responder sempre, mesmo que tenha de pedir ajuda...

domingo, 28 de junho de 2009

Slow is possible!

Esta frase não é minha. Tirei-a de um saco de uma cadeia de lojas de que gosto muito apesar do urso à porta.
De qualquer modo, o que queria dizer é que comprámos um aquário, que ainda está vazio, à espera de ter móvel robusto para guardar as comidas e as respectivas tralhas inerentes a um aquário ( nem faço ideia do que poderá ser), de água, de peixes de múltiplas corzinhas e funções. Uns limpam o fundo do aquário, outros mantém o Ph, outros só nadam, outros só comem.
Também já temos areia e uma linda raiz.
Lentamente vamos tendo a ideia do aquário. Agora quando é que ele se vai materializar com os moradores e tudo, isso já são outros quinhentos.
Até lá, podem entreter-se a dar comer aos peixinhos que aqui pus só para me sentir melhor.
Mais slow que isto é impossível!

sábado, 27 de junho de 2009

Sábado de manhã!

Quando trabalho aos sábados de manhã, passo pelo menos duas horas a acordar pessoas que estavam na cama a dormir, ou a fazer outra coisa bem mais interessante do que ouvir a minha voz: " Bom dia, fala tal e tal?! (em crescendo) fala daqui, era para confirmar a sua presença...!"
E as pessoas, muito educadas, com voz de cama, lá vão respondendo e dizendo que sim, que estarão presentes, quando queriam era mandar-me para a p*** que o pariu mais à conversa... estava eu aqui a dormir, ou a fazer festas ao gato, ou a tirar o pó das prateleiras, ou a ler o xpesso...
AZARINHO! just doing my job! também podem não atender, ou, desligar. Se há coisa que gosto é que ponham a batedeira a trabalhar ao lado do telefone e comecem aos gritos tou! tou! ai não oiço nada!
Ou então que atendam e depois desliguem quando percebem quem e de onde fala.
(suspiro profundo)
Também tenho momentos de felicidade quando, se ouve em simultâneo o sinal de chamada e uma música escolhida pelo dono do telemóvel. Por vezes a música não tem mesmo nada a ver com a pessoa a quem ligamos. Por exemplo, outro dia tive de olhar bem para o número, pois estava a ligar para uma mãe de família e a música era aquela dos Black Eyed Peas "Boom boom boom", ganda maluca. Por outro lado, há uma pessoa a quem ligo, que tem os gato fedorento a dizer: "vai atender, é agora, agora" Ah gosto mesmo!
Já sei que estão a pensar que me divirto muito no trabalho! Ui, nem imaginam!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Eu gostava de saber...

As perguntas que eu faria, se tivesse oportunidade:

- alguém acredita que as azeitonas daquela marca de azeite foram mesmo apanhadas ao luar?
- quando é que a rita blanco volta aos palcos? Se alguém souber onde ela está informem-me.
- que história é esta de fazer publicidade a programas que só dão na tvi 24 e na sic noticias? Há gente que só tem mesmo 4 canais!
- porque é que eu tenho de ouvir o meu vizinho a ressonar?
- porque é que as pessoas, numa demonstração de falta de civismo, deixam os sacos cheios de lixo ao lado do eco ponto? até o meu filho de 5 anos já sabe separar para reciclar!
- quem é que se interessa pelo encontro do ronaldo e da paris?
- porque precisou o nuno markl de se divorciar para mostrar que é um homem giro, apesar de geek?
- o que é feito dos gato fedorento?
- quando é que acabam as obras na EN10?
- porque é que há casais que passeiam os filhos durante horas no carro até que estes adormeçam? não era melhor pô-los na cama sempre à mesma hora, eles acabam por se habituar. Além disso, quando forem grandes quem os passeia depois? Quando conduzirem vão adormecer ao volante? Cuidado com o que andam a fazer.
- os iogurtes fazem mesmo aquilo tudo que eles dizem?

Quem tiver perguntas que gostaria de ver respondidas, faça favor de escrever nos comentários.
Quem tiver as respostas, também é bem vindo.

domingo, 21 de junho de 2009

Um ser estranho

Depois de um longo interregno em que escrevi, mas noutro bloco e com caneta, voltei.
Voltei, porque me sinto diferente, estranha, outra.
Há uma série de dias que o meu primeiro pensamento do dia vai para as zonas da casa que ainda não estão em ordem e que ainda falta arrumar. Tento pensar noutras coisas tais como eu a tomar café na varanda a fazer de conta que não vejo o chão por varrer, ou, a ler o meu livrinho do Coetzee esparramada no sofá a ignorar as bolas de pêlo a rolar pelo chão e o pó acumulado atrás do ecrã do computador... mas não sou capaz. Já não sou capaz de relaxar, sem antes deixar tudo mais ou menos em ordem. Sem empregada cá em casa é muito difícil manter tudo no sítio mas a minha nova personalidade frenética diz que temos de tentar e uma força maior faz-me fechar o livro e pousar a chávena e pôr mãos à obra.
Eu acho que a minha crise da meia idade já começou sem eu dar por nada, só posso ter sido visitada por um espectro de uma doméstica dos anos 40, super limpadeira, cujo único propósito era fazer o maridinho ( e os restantes membros da família) feliz por verem tudo a brilhar. E cá estou, sem conseguir relaxar. Sinto as unhas dos pés a doer quando vejo uns sapatos no caminho ou cabelos no chão.
Já comecei a auto medicação, que consiste em contrariar este espírito malévolo deixando, por exemplo, uns sapatos fora do lugar para dar um ar de quem não se preocupa. Apesar de apanhar os cabelos todos do chão e do lavatório e da escova, não dobro meticulosamente a toalha das mãos como antes. Espero conseguir relaxar entretanto, sei lá até meio do Verão, pelo menos.
Pode ser que entretanto me consiga transformar numa hippie chic que tem sempre um lixinho no canto da casa., ou mais uma folhinha seca para cortar nas plantas.
Prometo deixar alguma coisa por fazer para poder escrever um bocadinho Jade, mas agora vou lavar atrás do espelho, que já lá vive um duende azul que não me deixa dormir.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Ouricida

Adoro animais, pequenos e grandes. No entanto, cães e gatos são os únicos que aceito cá em casa a partir de hoje. Está decidido!
Imaginem que há dias o meu pai me apareceu, mais uma vez, com um ouriço. Não leram mal, um O U R I Ç O.
Um bicho ainda jovem que atravessava a estrada no momento em que ele passou por ali e então, PÁRA TUDO, que ele teve de sair do carro e levar o ouriço para casa... O meu pai devia ser nomeado protector oficial dos ouriços que se atrevem a atravessar a estrada pelas autoridades oficiais, do tipo Sociedade Protectora dos Animais, ou assim. Qualquer dia até pode aparecer no National Geographic como o patriarca da família salvadora de ouriços caixeiros. Ah a fama!
Pois, muito bonito, mas o bicho mexeu-se e correu como se não houvesse amanhã nos dois primeiros dias e depois quando o trouxe cá para casa já vinha num sono profundo para depois acordar e morrer nas minhas luvas. F.... fiquei pra morrer. O Alberto nem sequer brincou com ele, nem o pequeno príncipe nem nada. Apenas o próprio bicho se cansou, com certeza. Tentei tudo, reanimação, um cobertor quentinho, de tudo. Esticou literalmente o pernil.
Há coisas que não vale a pena nem sequer tentar iniciar, tal como adoptar um ouriço caixeiro por uns dias.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Monsters vs Aliens


Aqui estão os monsters e o alien... não há estômago de pai que aguente feliz tanto happy meal...
Starring, da esquerda para a direita:
Alien:
Nave sonda, mau;
Monsters:
- Dr. Barata, bom mas louco, voz de José Wallenstein VP ou de Dr. House na VO;
- Bob azul,o resultado de uma experiência com um tomate e mais qq coisa que resultou nisto, bom mas sem cérebro, no final inicia um relacionamento sério com uma gelatina de ananás;
- Susan ou GInórmica, boa mas grande demais para ter como amiga, voz de Catarina Furtado na VP.
Cenário:
Ilha de Gorm
Assistente de produção e fotografia: Alberto

3D

Fomos ao cinema! Há tanto tempo que não íamos... (na verdade tenho saudades de ver um francês ou um manel d'óliveira humpf).
Enfim, lá fomos.
Única opção de ver o filme Monsters vs Alliens, em 3D. Nada de especial e para mim valeu pela dor de cabeça e pelo facto de me ter conseguido convencer mentalmente ao longo do filme que tudo o que não ultrapassar aquela linha preta do ecrã não te cairá em cima, nem as bolas da vodafone, nem os bocadinhos do blue bob...
Mas o que gostei mesmo foi de ter saído mesmo em cima do começo e voltar depois, já com tudo às escuras e o filme a começar, e, ver uma plateia inteira de Elvis Costellos , parecia um pesadelo à la David Lynch. Com aqueles óculos, qualquer pessoa fica com ar de geek mas com muita dignidade.
O que não me convenceu nada foi ter gasto 2€ por par de óculos que deveria ter enfiado num saco à porta mas que ainda tenho ali para levar na próxima sessão de 3D. Ah pois prá próxima levo os mesmos... ou então reclamo por escrito, grande lata, dois euros! Eu já fico contente com os filmes de animação como estão hoje, não era preciso tanta tecnologia de ponta.

sábado, 18 de abril de 2009

Para a Jade!


Procurámos por toda a casa...

até que finalmente conseguimos encontar o Alberto, enfiado na nossa cama!


Desperate times...


... call for desperate measures!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Não tão santa sexta feira

Serei das poucas pessoas que conheço que não tem doutrina, seita ou religião. Não sou, de facto, baptizada, não frequento qualquer templo. Nada ordena ou sujeita ou modera as minhas decisões, pelo contrário, sou eu que tenho de decidir tudo segundo a minha moral de certo /errado; bem / mal.
Vivo bem, até hoje , com o livre arbítrio, pois, se eu decidir mal sou só eu que posso resignar-me e pedir perdão a um outro igual a mim, que até pode nem me perdoar. A minha vida não é facilitada por idas a uma caixa onde despejaria os meus pecadilhos e, de onde sairia depois limpa e sem mácula. "Bless me father for I have sinned..." Nada disso. Isso seria demasiado fácil e simples.
Eu vivo com todos os pecados e erros agarrados a mim tal qual nódoas ou , pendurados no fato como medalhas, conforme o ponto de vista de cada um que entenderá os erros como acumular de experiência ou resultado de maldade. Assim, tenho de retratar-me sempre que erro.
Mas há vantagens sendo entre elas a decisão final sobre o meu corpo, a minha cabeça, a educação dos meus, o que se passa na minha alcova, o meu quotidiano. Tenho de ser eu, todos os dias. E esta é a minha liberdade. Ser livre custa caro.
Ah, e hoje comi carne.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Percebo Medeia

Foi preciso ter tido um filho, ter sentido as dores, te-lo visto crescer, amá-lo, para perceber Medeia e o porquê de ter morto os seus filhos evitando-lhes o sofrimento na mão de homens sem escrúpulos.
No Iraque em noutros locais de catástrofe há animais que compram crianças para lhes fazer o que bem entendem! Não se faz. Eu agora entendo Medeia. Digam lá o que disserem.

domingo, 29 de março de 2009

Irrita-me

Gosto de livros. Quando era miúda, e copiava letras do jornal à vista, ficava encantada a ver os adultos de nariz enfiado nos livros por horas a fio, movendo apenas os braços, para passar as páginas, e a cabeça num ínfimo ângulo entre uma página e outra. Depois aprendi a ler e até fui estudar algo que me permitiu ler até mais do que desejaria. Tóxico.
Resultado, fico com urticária quando alguém não os trata da mesma forma que eu fui levada a aprender.
De cada vez que entro em certos lugares onde vendem livors, só me apetece bater em alguém.
Hoje, por exemplo entrei numa daquelas lojas arrumadas dentro das grandes superfícies, mas longe dos baldes de plástico e do pão, como se isso fizesse a diferença. Depois de comprar tantos detergentes e coisas de que achamos mesmo precisar para combater as desgraçadas das bactérias e dos micróbios raios me partam se não tinha dinheiro para comprar um livro.
Lá fui!
Olhei para as prateleiras e lá vi o parvalhão do josé rodrigues dos santos, que digam o que disserem não tem tempo para escrever aquelas porcarias todas e escreve MAL. ( pronto já disse!) E pensei, olha e se fosse procurar o terceiro volume daquela história da Agustina, era uma boa... letra B... nada. Fiquei pregada ao chão quando descobri que estava em Luís e não em Bessa-Luís. Opá tem um hífen... quem é que arruma aquilo afinal? Sim, e o Lobo Antunes estava em Antunes... Podiam dar formação às pessoas ou então enviar já tudo marcado com um croqui da loja indicando com setas coloridas onde pôr cada autor. Paulo Coelho cabe em todo o lado, mas não em literatura portuguesa. Lá trouxe o Mia Couto, que pergunta "E se Obama fosse africano?". Depois das missangas é lá que vou afundar o nariz.
Outra coisa que me tira do sério é perguntar à menina do super mercado se tem tal livro e ela perguntar, muito presunçosa:"Sabe qual é a editora?". Claro que não! Os livros não são como as pastas de dentes ou os iogurtes, não se escolhem pela marca, a diferença, como dizia o outro, está na fruta. Gosta-se de um autor queremos ler um conto, ou novela, ou outra coisa qualquer e depois lá ficamos surpreendidos com a embalagem, que pode ser singela ou muito espampanante. Mas não se escolhe por editora... Podiam explicar isto às pessoas que são repositoras de livros em grandes superfícies. Não é a mesma coisa que pôr frascos de champô na prateleira. Não é!

domingo, 15 de março de 2009

Está tudo de rastos...

Os pais príncipes estão extenuados de andar a levar o pequeno príncipe às festas de anos. O príncipe está a sonhar no seu ninho.
Alberto está convalescente e ainda nem percebeu o que lhe aconteceu.
Todo o principado vai dormir.
A questão do momento:
temos mesmo de fazer amizade e ser simpáaaaaticos para os pais dos amigos dos nossos filhos?! Na mapetece....

sexta-feira, 13 de março de 2009

Os homens da casa...

... estão hoje mais tristes. O Alberto foi ao veterinário para ser castrado. Tadinho.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Serra mãe

Há já quase um mês que o Aldino morreu. Causa: acidente de trabalho.
Aconteceu-lhe o que poderia acontecer a qualquer um de nós. Morte estúpida e precipitada.
Sobre ele, sabia que era de direita, (para mim) um perfeito fascizóide, e, por isso o menosprezava... adiante. Frequentámos os mesmos lugares, os mesmos amigos, habitámos o mesmo espaço geográfico, líamos admirando Sebastião da Gama, nutríamos a mesma admiração pela serra mãe, Arrábida de seu nome, matéria prima e vítima do betão tão criticado e preciso. No entanto, não posso dizer que fôssemos amigos, conhecidos antes.
No seu funeral ouvi falar num blog e dos textos que escrevia para esse blog. Só anteontem fui ver este blog. O blog do Aldino, que escrevia desde 2003. Ao ler alguns dos seus posts vejo que era afinal um homem sensível, atento, aberto ao mundo, com ideias e abordagem à vida bastante próximas até das minhas. Além disto, verifiquei também que, apesar de estar activo desde 2003, o seu blog tem posts, que na maioria, não estão comentados. O seu último e derradeiro post, no entanto, tem vários e numerosos comentários dos seus amigos despedindo-se e fazendo-lhe uma última homenagem. Eu não escrevi nos comentários, faço-o aqui. Nem sei se alguém daqui vai ler isto, mas também não interessa, pois está aqui o meu post para ele.
A minha indignação mais profunda vai para isto, porque tem de morrer um amigo para lhe dedicarmos umas palavras! Para lermos o que escreve! Se fosse eu, a culpa seria inteiramente minha. Nunca falo do meu blog a ninguém com medo que pareça mal, arrogante, manienta a querer fazer-me melhor que os outros. Mas este não é o problema, a questão reside no facto de que se eu tivesse sabido do blog deste individuo antes daquele momento, eu própria teria pensado assim. Merda de juízos de valor estes nossos, que tecemos sem dar por isso.
Além de uma amiga, uma prima e o meu próprio marido, mais ninguém sabe do meu blog. De resto, são pessoas que passam aqui por virem reencaminhadas de outros blogs que visitam. E porquê? Porque não divulgo, porque não me quero expor, porque tenho vergonha, embora abra a boca e diga para o vazio tudo o que me vai na alma!
Adeus e até sempre Aldino. Sempre que eu abrir o teu serra mãe.
É pelo sonho que vamos.
Desculpa a arrogância!

terça-feira, 10 de março de 2009

Quem me manda a mim...

... estar a queixar-me e a arranjar pretextos para não celebrar dias comerciais?!
Toma lá que é para aprenderes tola. Agora todos os fins de semana tens uma festa de putos xarilas e tens de levar o teu até lá, esperar umas horinhas e, depois, ir buscá-lo outra vez. TOMA!
E como se não chegasse a azáfama, vai lá gastar mais uns euritos em
GORMITIS

BIONICLES

e, POLLY POCKETS

...que até andas nas horas!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Na semana dos 50 anos da Barbie...


... aqui falamos da Tucha!
Eu tive uma, que já deve andar às voltas numa lixeira qualquer, pois acho que aquele plástico não era biodegradável! A imagem foi tirada da net.
Lembram-se meninas?!
Havia também a amiga Tita, mais pequenita e loirinha...
Vá, quero comentários.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O dia e a mulher

Mais uma vez, fui convidada para um jantar / almoço / lanche / convívio no dito dia internacional da mulher. Eu, mais uma vez, recusei.
Não me convidem para encontros de gajas neste dia, porque é o dia blá blá blá, que eu não aceito. Não celebro este dia, recuso-me ao ponto de que, se fosse feriado, eu acampava à porta do local de trabalho. OK posso até aceitar se, e apenas se, for eu a escolher o tema de conversa ( até estou a imaginar as caras das mocinhas). E os temas possiveis são: as sufragistas ou luta pelos direitos das mulheres.
Brincadeiras à parte, só vou celebrar este dia e aceitá-lo como dia internacional da mulher: quando, por exemplo, em Portugal as mulheres operárias, e outras profissionais, tiverem direito a salário igual por desempenharem as mesmas terefas que os seus colegas homens;
quando as indianas deixarem de casar com dote e tiverem o direito de levar uma gravidez até ao fim, mesmo que seja a 5ª rapariga que estão a gerar;
quando os chineses não abandonarem as suas filhas na rua como um papel amachucado à espera que alguém as leve sem interessar para onde;
quando em todo o mundo as meninas deixarem de ser mutiladas sexualmente por razões que a própria razão desconhece;
quando as mulheres puderem dizer NÃO sem que os homens achem que estão a dizer sim;
quando deixar de haver tráfico sexual branco, vermelho, amarelo, preto;
quando as mulheres do islão puderem estudar, decidir, andar de cara à mostra, andar ao lado do marido, votar sem pressões;
quando os casamentos por conveniência decididos pela familia acabarem;
quando as católicas puderem tomar a pilula, abortar e usar preservativo de livre vontade;
quando meninas como aquela do Brasil, e a respectiva equipa médica, não forem mais excomungadas pela igreja, por abortar aos nove anos após violação recorrente desde os seis( eu chamo um acto de caridade);
quando não houver violência sexual como resultado da guerra, como no Darfur;
quando o mundo for um lugar melhor para as mulheres e para os homens, que elas põem no mundo...
Se eu ainda for viva nesse dia, aí sim eu vou celebrar o dia de gerebera na mão. Até lá, lamento, mas estamos fechados para balanço.

terça-feira, 3 de março de 2009

Os bandidos e a canção

É incrível a quantidade de vezes que a ouvi. Umas vezes entrou no ouvido e ficou a tocar dias, meses, anos a fio. Outras, não entrou e tive mesmo de mudar de disco, pois, já não conseguia ouvir mais a mesma cantiga. On and on. Falo da cantiga que os homens sempre usaram para levar a água ao moinho. Há de todos os tipos desde melodiosas a puro ruído e, para a cantar basta abrir a boca mesmo sem viola ou concertina ou até sem saber cantar. Os temas também são variados e podem ser divertidos - vamos saltar ao pé cochinho - ou pérfidos - a minha mulher é muito doente...
Com o aproximar do dia 8 de Março e o aumento do preço das flores, as marcações de jantares parvos e alteração de ladies' night de quarta para domingo à noite, é tempo de as mulheres se perguntarem a pergunta: O que é que queremos deles? O que é que queremos realmente deles? Queremos que se continuem a escudar atrás da dita cantiga e a inventar um mundo que não existe para nos encantarem, ou, por outro lado que sejam o que são e que venham de mãos abertas, palmas viradas para cima e prontos a serem homens plenos de amor e sentidos. Querem as mulheres continuar a receber flores uma vez por ano e/ou no dia seguinte a terem levado com o vaso na cara, ou, por outro lado, a ser tratadas como flores todos os outros dias.
Antes de começarem a abrir a janela dos comentários, ainda tenho algumas indignações para despejar, assim, como a razão que leva uma mulher a encolher-se ao lado do companheiro de cada vez que ele lhe chama estúpida à frente de qualquer um. Que cantiga terão elas ouvido do seu príncipe bandido cantor encantador de mulheres, que as fez ficar ali a apaparicá-los até mais não sem se olharem de frente e se fazerem a pergunta, o que quero dele?
Mesmo tendo ouvido a dita cantiga muitas vezes, e de muitas vezes ter caído por ela e pelo cantor, sempre soube o que queria e nunca parei de lutar até encontrar o da voz que cantava em sintonia com o meu ouvido. Ninguém percebeu nunca o que fiz ou porque o fiz, mas consegui chegar aqui e posso dizer que partilho o meu espaço com um igual que me trata de igual para igual e que acompanha o meu raciocínio e me admira. Ninguém disse que ia ser fácil e não foi, mas daqui em diante vamos continuar a cantar à capela, mesmo desafinados mas não fora de tempo.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Não me apetece.

Não me apetece ler, comer, escrever, pensar, andar, conduzir, trabalhar, falar, querer, ir, ver, dormir, estar acordada, ouvir música, ouvir falar em política, falar ao telefone, vestir roupa preta ou branca ou de qualquer cor, ter dores de cabeça, cortar o cabelo, deixá-lo crescer, ver os outros, limpar, sujar, apanhar o meu primeiro pifo, ter sapatos roxos, lembrar, esquecer, cozinhar, coser, bordar, vestir meias pretas.
TPM

domingo, 1 de março de 2009

A semana

Momento alto da semana: descobrir que comprei uma mala igual à das lojas da moda, com melhor aspecto, mas alguns consideráveis euros mais barata.
Momento hilariante da semana: as perguntas feitas pelo médico na consulta de medicina no trabalho "Quanto mede? Quanto pesa? Vê bem? Ouve bem? Sente-se bem? Costuma faltar ao trabalho?"; e eu "Vão fazer colheita de urina?"; eles "não, porquê?"
Momento freak da semana: saí de casa de meias verdes e camisola azul, fui comprar umas pretas para não destoar... já lá vai o tempo em que saia de meinha verde alface à rua sem peias.
Momento analítico da semana: afinal o que é o enterro do bacalhau?
Momento ah deve ser isto que faz com que não consiga escrever grande coisa durante tantos dias seguidos: vou trocar a cadeira, pois tenho inspiração e ideias para posts em todo o lado menos quando me sento aqui... na cadeira vermelha. Será da cor? De estar virada a norte! De estar a chover?
Therapy needed...

domingo, 22 de fevereiro de 2009

É assim, porque é assim.

Sempre que aqui venho e me sento para escrever há um turbilhão de ideias e pensamentos que depois saem e aqui ficam nos posts. Ultimamente isto não tem acontecido, ou seja, por não sentir este turbilhão ou este impulso, nem sequer me tenho obrigado a escrever. Cá me tenho resignado com a miséria da mente humana. Não há nada que sirva de desculpa, nem o filho, nem o trabalho, nem por ser casada, nem por ser Carnaval. Só não me apetece. É assim, porque é assim.
Mas hoje, finalmente, senti necessidade de escrever e dizer aqui que quando for grande quero ser surrealista. Gostaria de explanar mais sobre o assunto, mas depois de ter visto o câmara clara de hoje sobre o Surrealismo e, no seguimento de uma exposição sobre o Surrealismo português na Cordoaria Nacional(vamos Jade?), senti-me ignorante e com fome de saber mais. Vou juntar uns livros e ler sobre o assunto para me sentir mais acima e mais à frente. Claro que só vou conseguir falar do assunto com duas pessoas, as únicas com paciência para me ouvir, a amiga e o marido. Também quero ver um filme que assenta nos sonhos sem explicação de Dali e Buñuel. "É assim, porque é assim, porque sonhei assim." E porque não? Eu, que até gosto de desmistificar, senti-me atraída por esta forma de ver as coisas. Não prometo divagações acerca do assunto, não vão já a correr fazer bloquear nos blogues a seguir, ok?
Só com uns óculos de lentes surrealistas consigo viver neste paíszinho de m****. Em altura de dificuldades ( não uso a palavra crise de propósito), nada como os tugas para chafurdar na porcaria. Hoje leio no jornal, que não vou citar, que segurança, higiene e saúde no trabalho sem contra-ordenações, e que os processos pendentes podem acabar arquivados.
Provavelmente a maior parte de nós não vê nada de especial nestas palavras, mas ao que parece um legislador simplesmente revogou o que na lei constava acerca do assunto. Os trabalhadores passam a estar desprotegidos quanto à higiene, segurança e saúde no trabalho, acidentes de trabalho e doenças profissionais até que se corrija esta situação. No entanto, continuará a haver um hiato no que diz respeito ao cumprimento de deveres da entidade patronal durante um determinado período.
Pronto, assim não há patrão que não consiga manter as portas abertas. É só facilidades. Já não vai ser preciso usar os equipamentos de protecção individual, nem as protecções anti queda em andaimes, nem delimitar buracos deixados no decorrer de trabalhos, and so on and so on. Ah já estou a ver a malta a esfregar as mãozinhas. Parece impossível a falta de rigor com que as coisas são feitas neste país. É de leis que se trata aqui, leis que resultam de directivas europeias. Que linda figura que vamos fazer outra vez, hein, figurinha de atrasados, mais uma vez. Eu acho que até nos podíamos desanexar do continente europeu e lançávamos amarras para Marrocos. Assim, já tínhamos desculpa para tanta asneira, muito sol na moleirinha.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Gostaria de saber o que pensam...

... sobre o casamento homossexual.
Debater é preciso!

Caro Arrumadinho,

De que vale seguir um blog, se o blogger fechou o acesso e agora é só para bloggers convidados?
Gostaria de ser convidada, confesso, pois este blogger escreve bem e os seus posts são interessantes.
No entanto, compreendo a sua indignação ao receber comentários tão dificeis de engolir e suportar, que ainda assim publicou sempre.
Lamento!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

14 de Fevereiro sempre foi...

... para mim um dia normal. Como os outros.
Tal como o natal e todos os outros dias, lá em casa não se dava muita importância a festas consumistas. E porquê?
Porque nos anos oitenta não havia muito dinheiro, então as pessoas passavam por este dia de forma natural e sem grandes alaridos, Lisboa parecia ficar mais longe do que agora, e, só nas poucas séries americanas se falava mais no tal dia de São Valentim.
Sinceramente, penso que só se dá muita importância a estes dias, quando as coisas não vão bem. Como as noites só de gajas, que saem à noite para fazer tudo o que os maridos não deixam, ou o que elas não têm coragem de fazer à frente deles.
Este ano não foi diferente, ou seja, não houve nenhum jantar da "praxe", todos os dias jantamos juntos e falamos muito; nem flores, pois elas são trazidas esporadicamente embrulhadas em papel de jornal acabadas de colher (rosas amarelas, que prefiro); ursitos de peluche com corações foleiros tão pouco, somos alérgicos aos peluches e tolerantes à foleirice.
Percebi há muito tempo que para mim, cá dentro, necessitar de um gesto especifico num dia determinado no calendário significa que algo está muito errado. Querer ser igual aos que vão jantar fora e celebrar o que de seu têm para celebrar não é para mim um bom prenuncio. Preciso estar livre de todos estes rituais de calendário para me sentir em paz comigo mesma e não me sentir angustiada, frustrada, triste, melancólica.
O único dia que celebro com alegria e generosidade é o dia de aniversário. O meu e o dos que me rodeiam. Esse sim é de celebrar, pois, é a nossa festa e também o nosso ano novo, natal, fecho de ciclo, renascimento and so on. Foi o que fizemos ontem, festejámos o aniversário do nosso príncipe, chamámos todos os seus amigos de escola que nos encheram a casa de risos, alegria, cor, papel de embrulho, lacinhos, caixas, livros, brinquedos, riscos na parede, desenhos coloridos, cantigas, brigadeiro, gritos, choros com lágrimas, mães a entrar e sair, uma cama cheia de casaquinhos, um gato apavorado, amor. Foi assim o nosso dia de São Valentim e fomos muito valentes, apre!
Para o ano quero mais e não trocava isto por nenhum jantarito que iria ficar sempre aquém das expectativas. Tenho o palato cada vez mais apurado. Restaurantes apinhados, rosas vermelhas e corações foleiros e chocolates forçados... been there, done that.
Mas, o amor é lindo e as declarações / cartas de amor são todas ridiculas, sim, quando sinceras.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lista


gelatina de melão

gelatina de morango

mousse de manga

mousse de chocolate

salame

brigadeiro

brigadeiro de côco

cheesecake

rebuçados

gomas

fruta

Hoje conheci um criador de ratos

Hoje conheci um criador de ratos, hamsters, chinchilas, porquinhos da índia, enfermeiro, está a aprender linguagem gestual, e, a mãe é que o foi buscar ao instituto de línguas.
Primeira pergunta da princesa:"Tens alguma cobra para alimentar?"
O nerd: "Não, eu sou mesmo criador!"
Ah que falta que faz uma mulher nestas alturas. Mas também, quem é que consegue fazer frente a tanto rato?
Descobri que há diferentes espécies e que, portanto, não é qualquer rata que acasala com qualquer rato. Há ratos anões, que não acasalam com os outros ratos. Os hamsters não têm cauda, o que os diferencia dos ratos normais.
As coisas que se descobrem ao dar 5 minutos de paleio a um aluno.
Estou pasmada...
There's a rat in my kitchen, what am I gonna do!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cada vez gosto mais...

... de ser mulher.
Trabalho só com mulheres, neste momento. Bem há lá um homem, mas ele não conta neste post. São todas diferentes e em vários tons de branco entre o louro e o amorenado( se é que tal existe).
Ainda não apanhei ninguém a falar mal de ninguém, o que num meio de mulheres é quase impossivel. Quero acreditar que todas e quaisquer conjecturas acerca da maldade feminina não são aplicáveis neste caso e que afinal as mulheres podem trabalhar juntas sem se transformarem em galinhas.
Aquelas mulheres apoiam-se e entreajudam-se. Chamam a atenção relativamente a questões profissionais mas não são crueis. Até ver, tudo bem.
Hoje duas delas acompanharam-me até ao carro num gesto de gratuita boa vontade, que me deixou boquiaberta. Sinceramente, já não esperava este tipo de gesto por parte dos outros. Não páro de me surpreender.
Ainda bem!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

The Impossible Project

O projecto impossível é que alguns antigos trabalhadores da fábrica Polaroid se juntaram e vão voltar a produzir o filme de fotografia instantânea dedicado a um segmento mais artistico e não tanto de massas.
Se quiserem saber mais:

http://www.wallpaper.com/design/article/3040

Hoje descobri que...

... estou grávida de um miguel e de um joão, sem saber.
Eu explico. Calma Jade não vais ser tia outra vez, ainda não, pois se fosses eu já te tinha ligado histérica.
Na escola do meu filho, a celebrar o seu quinto aniversário, houve até quem me desse os parabéns e porquê? Porque o meu rebento encheu tudo, dizendo que a mãe tinha bebés na barriga a fazer tipo panela da sopa, if you know what I mean.
A educadora já está habituada e tem ajudado a desmistificar a coisa, mas está a ser difícil não avançar para vias de facto e trazer mais um príncipe ao mundo. Mesmo com o aquecimento global e com os incumprimentos do protocolo de quioto.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Hybris

Ao contrário do que é hábito, hoje comprámos o público, o jornal.
Na respectiva revista, que continua pobre, como o jornal, encontro uma rubrica de nome 'gastar-namorados', com alguns artigos que podemos oferecer ao amor da nossa vida...
Mas todos os artigos são de luxo. O mais barato de todos, uma garrafa de vodka absolut masquerade para aplicar a técnica do perú claro, só podia, custa 12€. Para quem não sabe, é preciso embebedar primeiro o perú para depois lhe cortar o pescoço.
Não resisto a enumerar os artigos e os preços, pois acho chocante a soberba com que se apresentam tais valores num momento em que não sabemos se vamos ter mesa quando chegarmos ao trabalho. Num momento de tanta instabilidade e mudança há necessidade de um pouco de contenção. Assim, passo a enumerar, mas não à laia de lista, pois, poderia dar muito nas vistas:

ténis €122;saco em pele petit flirt €420; relógio panerai €18000; capacete €300; MP3 €139,99; vestido €225; caneta dunhill €400; relógio de diamantes €29.500; sofá €4536; jarra €54,10; perfume €58,50; garrafa de uísque (10cl) €1200; bolsa para i-pod €85 and soyon and soyon and soyon....

Omiti as marcas mais conhecidas e alguns produtos não estão aqui enumerados, pois já chega para terem um ideia. Quem juntou todos estes artigos deve mesmo ser de opinião que quem pode comprá-los precisa de ajuda. Ou será que se trata apenas de encher as medidas a alguns, já que, segundo alguns, os pobres têm mais olhos que barriga.
Melhor que isto, só aquelas peças no jornal da noite em que se mostram os artigos de luxo mais vendidos em tempos de crise, ou então os totós que se juntam à volta de um carro de alta cilindrada na rua a mirar.

Maternidade

Há cinco anos estava em trabalho de parto!
É incrível como nunca mais esquecemos o parto e somos incapazes de registar a concepção.
Foi uma noite sem grandes embaraços ou esperas intermináveis em quartos escuros de hospitais, pois, fiquei em casa até à última. Durante as aulas de preparação para o parto fomos assim preparadas uma vez que, sem se rebentarem as águas o bebé está bem, por isso, não é necessário ir a correr para o hospital. Não nasce logo à segunda contracção. Pois não!
Começou tudo pelas seis da tarde e prolongou-se durante a noite e nas 24 horas seguintes. Sim, 24 horas de trabalho de parto em que o corpo cede e ganha outra vida como se estivesse submetido a uma máquina de tortura que puxa empurra e torce os ossos das ancas e das pernas. Chorei, disse palavrões (sozinha pode-se), tomei banho quente, vi todos os programas de televisão que havia para ver, até não aguentar mais e acordar o marido para que me levasse ao hospital por volta das 7h.
Escusam de estar já de olhos arregalados, porque fui eu, sim eu, que o mandei para a cama dormir, para depois me poder levar ao hospital e esperar com uma noite dormida em condições.
O facto de o bebé ter nascido de cesariana e eu ter tido a sensação de estar a enlouquecer durante o trabalho de parto e de ter lá aparecido uma enfermeira belga com quem falei em inglês não interessa nada. O que é importante é que aquelas vinte e quatro horas foram um ponto de viragem na minha vida. Sou filha única e estar sozinha era para mim já uma condição. Gosto da solidão, do silêncio, da quietude, da calma, do escuro, e, depois daquela noite nunca mais estive sozinha. Ele passou a fazer parte da minha vida e de todos os seus minutos e segundos. Às vezes pareço enlouquecer com tanta companhia, mas os seus abraços e a frase "gosto de ti" dita espontâneamente por volta dos dois anos e meio apagam toda a exaustão que sinto.
Há cinco anos só o conhecia de fotografia a duas dimensões, e acreditem ou não, era exactamente o que eu imaginava.
Na barriga tinha soluços, no cinema ficava muito quieto, na cama também me acordava com aqueles sonhos em que parece que vamos cair( sim os fetos têm estes sonhos e dão saltos), passeávamos todos os dias a pé, dava-me uma azia daquelas e prisão de ventre como nunca mais conheci.
Cá fora tem sido vê-lo crescer todos os dias, tratar-lhe da febre e das feridas, mimá-lo quando está triste, ralhar com ele quando desobedece. Nunca mais houve sossego mas não trocava por nada esta agitação.
Obrigada por teres vindo e teres mudado tudo para vários tons de amor.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Resposta a desafio

Como diz a Jade, "A existência não está para graças." Não costumo dizer palavrões à frente dos outros, mas isso não quer dizer que não me passem pela cabeça todos e mais alguns em certas alturas da vida. Por exemplo, quando comecei a conduzir parecia um verdadeiro zé manel taxista até um dia a Jade me dizer: "Ouve lá, tens o vidro aberto... Um dia destes ainda te ouvem e levas um estalo!" Depois disto, até dentro do carro me contenho.
Aceitando o desafio, resolvi dar a conhecer as situações em que já me apeteceu dizer "F*DA-SE", mas não disse.
Vamos ver quantos itens resultam daqui.

1 - Quando, após andar às compras há horas e nada te servir, vês finalmente aquele vestido que se assemelha ao que queres e depois não há o teu número.
2 - Quando pedes um café grego com o ar mais convencido do mundo, sentada numa esplanada em Atenas a pagar 2,50€/café, para descobrir que o que este café tem de especial é trazer as borras que mastigas com cara de PARVA. Mas para que é que eu mexo o café se não ponho açúcar!
3 - Quando estás de férias e resolves enviar postais, não tens as moradas completas e a senhora do 118 te diz do outro lado: " Nós não temos de saber todos os códigos postais do país!"
4 - Quando tens o trabalho de teoria da literatura pronto e ele desaparece do teu PC por magia, 3 dias de trabalho ao ar!
5 - Quando adormeces depois de desligar o despertador a pensar são só 5 minutos, e acordas à hora que tinhas combinado com mais quatro pessoas, que mal conheces e que não estão com um ar muito simpático às 6 da manhã.
6 - Quando te mandam parar numa operação auto-stop, por onde passas todos os dias a pensar "se me mandam parar é uma multa de 250€", e nesse dia pagas e não bufas.
7 - Quando estás a estender a roupa e caiem as cuecas pretas fio dental na varanda do vizinho, que para variar está sozinho em casa.
8 - Quando uma grande amiga tua te oferece o perfume que te faz uma alergia e uma dor de cabeça de morrer.
9 - Quando falas com uma gaja que andou contigo na escola primária e ela diz que nunca te viu mais gorda. E tu tens a certeza que é ela!
10 - Quando te candidatas a um lugar de trabalho onde são preferidos os falantes nativos e a tua concorrente é nativa.
11 - Quando te chove em cima da roupinha lavada.
12 - Quando o ferro a vapor vomita em cima da roupinha lavada.
13 - Quando a roupinha lavada te cheira a cão.
14 - Quando queres sair de casa sem acordar ninguém e o gato não pára de miar que nem uma carpideira.
15 - Quando a tua amiga quase destrói um restaurante ao cair da cadeira e tu não consegues parar de rir, enquanto perguntas se está bem.
16 - Quando chegas ao baile de finalistas a pensar que o teu casaco é o melhor e mai'lindo do mundo e depois está lá uma gaja com um casaco de modelo diferente mas com um padrão igual.
17 - Quando o teu gato adormece em cima do teu sofá de pele, cai e usa as garras para se segurar.
18 - Quando estás a tomar aquele duche quente e alguém se lembra de abrir uma torneira na cozinha, transformando o teu momento de prazer numa cena de terror.
19 - Quando tens a casa toda virada do avesso e aparecem as tuas tias a bater à porta.
20 - Quando estás a dormir muito quentinha e alguém se vira na cama e te destapa por completo.
21 - Quando pensas que vais ver um filme chamado "Inadaptado" e, já na sala de cinema, sentada, te apercebes que vais ver outro filme de nome "Irreversível".
22 - Quando chegas, apenas, duas horas mais cedo a um determinado sítio e depois resolves insultar o teu amigo, que "chegou atrasado".
23 - Quando és apanhada pelo teu chefe a tomar o pequeno almoço com a boca cheia de pão com manteiga.
24 - Quando vestes a tua túnica étnica e te sentes uma tuareg e o teu filho de 4 anos te pergunta porque é que estás de pijama?!
25 - Quando alguém resolve fazer uma fofoca e diz que tu também sabes e que também estavas lá, sem antes te perguntar.

Por hoje, apenas 25, mas acho que isto pode ser considerado 'a work in progress', uma vez que todos os dias acontecem coisas dignas de um grande F...SSSSSSSSSSSSSSSSSSS.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Obra complementar

Por volta dos meus 18 anos, enquanto andava pelas cadeiras da escola e logo a seguir à leitura da "Sibila" de Agustina, que não foi amor à primeira vista, fui convidada a ler o "Memorial do Convento" de Saramago como obra complementar a "O Judeu" de Bernardo Santareno, ainda antes de Pessoa, que até hoje não consigo desvendar. Era o último ano de liceu e só tínhamos três disciplinas (no meu caso inglês, alemão e português), o tempo era mais que muito para ler, por isso, li o livro. E, gostei!
Até hoje, foram já uns quantos os livros que li do mestre Saramago. É assim que gosto de lhe chamar, pois, é assim que o vejo, como um mestre, com uma escrita preenchida de um humor muito peculiar resultante do afastamento geográfico de que goza. O distanciamento ajuda-nos a perceber algumas falhas no nosso povo, no nosso país natal, que nem por isso tem de ser a nossa pátria ou sequer o lugar onde nos sentimos bem.
Já ouvi dizer que não gostam dele, porque não mora cá, porque se foi embora e voltou as costas ao seu país. Fico sem palavras mas rindo sempre perante esta pequenez. Os meus pais emigraram, e eu continuo a gostar deles.
Adiante.
Falava de livros e dos livros de que gosto e, para o caso vem o facto de eu gostar deste autor e de todos os livros que li dele à excepção do "Evangelho...". Não li todos o que escreveu entenda-se, gostei dos que li, é tudo. Prefiro um Saramago a um Garcia Marquez ou a um Kundera, que também têm, com certeza o seu interesse. Questões de maturidade, costumo pensar.
Sempre que falo nele e digo que estou a lê-lo, vem à baila a forma como escreve, que torna quase imperceptível distinguir onde começa e acaba um pensamento, ou uma fala de uma personagem. Depois de conseguir entruzar-me com a escrita de Saramago e a sua opção por uma estrutura mais livre consigo divertir-me e encontrar algumas preciosidades, que demonstram o quanto está lúcido e atento ao que vai acontecendo hoje, mesmo que decida contar uma história que teve lugar no século XVI. E é uma dessas preciosidades que vou encontrando no seu livro mais recente que aqui quero partilhar. É da língua que se fala e da forma como a temos vindo a tratar ultimamente, com especial atenção para os lugares que já se consideram estrangeiro por neles lá viverem tantos. Estrangeiros, entenda-se.

" É natural que a alguém lhe pareça estranho que uma estalagem que ainda se encontra em território italiano tenha um nome alemão, mas a coisa explica-se se nos lembrarmos de que a maior parte dos hóspedes que aqui vêm são precisamente austríacos e alemães que gostam de sentir-se como em sua casa. Razões afins levarão um dia a que, no algarve, como alguém terá o cuidado de escrever, toda a praia que se preze, não é praia mas é beach, qualquer pescador fisherman, tanto faz prezar-se como não, e se de aldeamentos turísticos, em vez de aldeias, se trata, fiquemos sabendo que é mais aceite dizer-se holiday's village, ou village de vacances, ou ferienorte. Chega-se ao cúmulo de não haver nome para loja de modas, porque ela é, numa espécie de português por adopção, boutique, e, necessariamente, fashion shop em inglês, menos necessariamente modes em francês, e francamente modesgeschäft em alemão. Uma sapataria apresenta-se como shoes, e não se fala mais nisso. E se o viajante pudesse catar, como quem cata piolhos, nomes de bares e buates, quando chegasse a sines ainda iria nas primeiras letras do alfabeto. Tão desprezado este na lusitana arrumação que do algarve se pode dizer, nestas épocas em que descem os civilizados à barbárie, ser ele a terra do português tal qual se cala."

in, A Viagem do Elefante, José Saramago (pp. 233,234)
Assim que terminar a viagem deste elefante salomão vou ter saudades do próximo livro que o mestre ainda escreverá lá em lanzarote, .

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Os sitiados

A banda que deu que falar nos anos noventa e que lá deixou a sua marca nos tops e nos ouvidos dos que passavam as orelhas pela rádio todos os dias. Nunca achei nada de especial a música deles, nem tão pouco a energia que demonstravam. Cá para mim era tudo à base de pó.
Mas chega de injustiça, pois o Sr. Aguardela , que morreu há uns dias atrás era um grande activista, defensor da música portuguesa, recolhendo imagens e testemunhos musicais por esse Portugal fora. Organizava espectáculos e eventos sem que o seu nome fosse badalado aos quatro ventos. Foi o que fiquei a saber através de testemunhos transmitidos pela antena3 depois das 22h.
A história que gostei mais de ouvir acerca dele foi o que fez quando a fnac não aceitou distribuir nas suas lojas o projecto Megafone. O que fez o Aguardela? deu um exemplar a cada amigo, que por sua vez, o deixou nas prateleiras da dita cadeia de lojas. Quando o cliente mais distraído chegava com o dito cd à caixa acabava por levá-lo de graça, pois, não estava na base de dados e não tinha preço ou código de barras. Muito espirituoso, sim senhor.
Não dependeu de padrinhos, nem de amigos importantes em lugares de destaque, nem tão pouco de favores prestados a troco de qualquer coisa.
Era tão bom que mais pessoas fossem assim no nosso país. Que vestissem a camisola e usassem os (poucos) instrumentos existentes para realizar os seus sonhos e, também, os dos outros. E não falo só de música, mas também de assuntos que nos incomodam, que nos prejudicam no nosso quotidiano. Gente que não tivesse medo de ser interveniente e lutar pelos seus direitos. Era mesmo bom ver finalmente a democracia a ser usada para tornar este país mais justo. Comissões de moradores, de pais, de avós, de oprimidos, de reumáticos and soyon and soyon.
Vá vão lá lutar pelos vossos direitos e pôr a democracia a funcionar.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Só para dizer...

... que a princesa tá vivinha da silva, mas tem tido uma semana louca, que irá relatar aqui lá para sábado à tarde, quando o país estiver em alerta amarelo alaranjado de pantufas nos pés e rolos na cabeça.
Agora vou ali telefonar para as redações dos jornais ingleses a explicar o que significam as belas palavras de Ronaldo dirigidas aos adeptos do west broom... Então mas este pacóvio não sabe, que já lá vai o tempo em que os portugueses podiam ir ao estrangeirto e dizer palavrões no meio da rua sem ninguém entender uma palavra!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Alber(Ga)to




O nosso gato cresceu. Já tem quase um ano e é muito mansinho e muito fotogénico!
Jade, aqui tens a nossa parede cor de papaia.

Deep plunge 3



Ontem o dia decorreu sem nada de anormal. Uma correria de entradas e saídas de salas e um sem fim de actividades. Se não fosse o facto de ter deixado o chapéu de chuva no sítio onde almocei e ter de lá voltar ao final do dia, ou, ter passado quase meia hora à procura de estacionamento, ou, ter deixado cair o mesmo lápis três vezes e dar uma barraca descomunal, ou ainda, ter destruído o braço de uma cadeira... nem havia nada que contar,


Agora, que já mergulhei, estou perdida dentro de água a nadar entre algas altas e peixes pegajosos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Má televisão, maus espectadores

Juro que ainda não parti a televisão, porque há sempre o canal 2 como alternativa.
Então mas agora é isto todos os dias? Não há crise!? Apanhados? Volta Guilherme Leite, que estás perdoado. Se eu quisesse ver apanhados pedia que viessem instalar TV por cabo e punha na SIC Memória. Mas eu não quero, repito EU NÃO QUERO ver isto. E acho que ninguém devia ser exposto a esta falta de senso.
Mas também não é melhor ver o 'tá a gravar! Ó santa paciência! Eu até acho a Carolina Patrocínio muito engraçada e ela até tem jeitinho, mas oh Nuno Santos, podias atribuir-lhe um programa melhor em que ela pudesse demonstrar o que vale. Ao Pedro eu mandava-o gerir a sua cadeia dos ailovius, que é o que ele sabe fazer. Quanto aos vídeos pobres, desinteressantes e de má qualidade bem podiam era fazer Delete.
Má televisão nas horas a que as pessoas estão acordadas. Ao fim de semana só filmes repetidos, embora no canto do ecrã apareça "Estreia", que, diga-se, é uma estratégia brilhante para pessoas muuuuito desatentas. Depois de um fim de semana de televisão de fazer nojo aparecem ao domingo à noite, as séries de jeito tipo Donas de Casa Desesperadas. Mas aqui não é só a SIC, não senhor. A dois também passa o Britcom, o Câmara Clara e o Onda Curta mais ou menos ao mesmo tempo.
Espero que não sugiram que compre os DVDs e que veja a série onde, como, quando e ao ritmo que eu quiser, porque não chega. Eu queria era televisão de qualidade.
57 channels and nothin on, Bruce Springsteen

Deep plunge 2

E lá fui, logo pela manhã no meio de um spray de chuva que se prolongou ao longo de todo o dia.
Cheguei a horas e deu para tomar um cafézinho tendo como companhia algumas cara conhecidas, no Pial. Um dia falo deste sítio, está prometido.
Quando cheguei ao local esperava-me o responsável que me cortou logo ali o barato: "Estamos à espera da outra candidata!" Lá esperei mais um bocadinho, sentadinha como uma liceal.
Chegou a outra candidata, sentou-se e esperou também. Nada a apontar, pois há muito que não faço juízos de valor assim à primeira, pelo menos tento.
Fomos entretanto conduzidas a uma sala e foi-nos solicitado que nos apresentássemos, in english, e aqui começou o meu problema, pois percebi que não vou ter hipóteses. Então não é que a gaja viveu nos US of A nos últimos 23 anos!!! A minha vida nunca pode ser simples. Tem de ser sempre tudo da forma mais difícil, pelo caminho mais longo e tortuoso.
Sacudi a poeira e mergulhei mesmo naquilo seguindo todas as actividades e tarefas distribuídas ao longo do dia. Não vou desistir e vou até ao fim da formação. O mais forte é que vence, e eu estou a sentir-me bastante forte, pelo menos por agora. EH EH EH
A moça é simpática, o que faz com que não consiga ser antipática ou ignorá-la ou coisa parecida. Para ajudar conhecemos pessoas em comum o que torna ainda mais difícil a coisa. Ou seja tenho de jogar limpo, como aliás sempre fiz nem sei porque estou para aqui com estas cenas.
Cedi a um almoço no fórum da cidade, erh, desculpem no centro comercial, durante o qual ainda falámos mais um bocadinho e eu não tenho nada a apontar.
Durante o dia houve tempo para eu ir à procura da casa de banho na cave em vez de no 1º andar, estar completamente a dormir a meio da tarde, demorar uma eternidade a reaprender a trabalhar com o sistema informático. Estarei estúpida? Onde estão os comprimidos afinal?
Vou ali à procura deles e já volto.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

The dandies are back


Deep plunge

Podia falar de inúmeros assuntos hoje, ZEN - a mosca que salvei de se afogar na humidade que se aloja na minha janela todos os dias, ECONOMIA - acerca do passeio que dei pela cidade sadina hoje pela tarde sem encontrar o que procurava a um preço justo, SENTIDOS - o almoço que saboreei a dois aqui na vila, EMOÇÃO - das imagens do Obama, que não quis ver por ficar imediatamente de lágrima no olho e nó na garganta, REVOLTA - entrevistas a Cristiano Ronaldo a toda a hora? Não diz duas de seguida coitado... pobre ignorante rico...
Prefiro escrever sobre os meus próximos cinco dias de formação num local onde acho que vou gostar de trabalhar. Como já disse aqui estou sem trabalho depois de um despedimento por falta de pagamento. Noutros tempos, estar em casa era bom. Conseguia ler, arrumar, cozinhar, passear, dormir sem sentir o estigma. Desta vez não foi assim, pois, sinto-me inútil, revoltada e frustrada, mas parece que tudo vai mudar.
Tenho um turbilhão de sentimentos aqui dentro e a excitação é grande, embora depois dos trinta seja mais difícil encarar um novo grupo de pessoas com quem supostamente irei conviver e trabalhar, desenvolver laços, de quem irei depender numa relação de troca profissional e de conhecimentos.
Olhos fechados, dedos a apertar o nariz e cá vou eu para um mergulho em apneia. Mais um.
Merda, será que vai ser sempre assim? Instabilidade, mudanças forçadas, desconforto, insegurança, apertos no estômago... Sempre quero ver se vai ser sempre assim! É que se vai, então mais valia ter ido fazer limpezas e passar o resto da vida a pensar que se tivesse estudado...
Bem, mas isso agora não interessa nada, pois se for como eu imagino, quem vai lucrar são vocês os leitores deste blog. Sim, porque num sítio daqueles haverá muitas coisas para contar e escrever e relatar e rir também.
Amanhã lá vou eu...
Deep plunge!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mudei de Cor

Hoje, mudei de cor!
Esta cor não representa nada em termos clubísticos, nem é cor de princesa, mas mostra aquilo por que mais anseio neste momento, a Primavera!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A publicidade e as crianças

Ao contrário da grande maioria das pessoas que conheço, eu gosto de ver os "reclames" ( gosto desta palavra lembra o tempo em que a televisão começava às 6h da tarde).
Como dizia, gosto de ver os reclames, e, vejo-os muitas vezes acompanhada pelo meu filho de 4 anos. As crianças adoram publicidade dando-lhe mais atenção que aos desenhos animados até, o que quer dizer que os anúncios são bem feitos.
Eu, gosto especialmente pela forma como são apresentados os produtos, os pormenores dos cenários, algumas falas, o movimento, as ideias, não dando especial atenção a jingles, por exemplo, mas gostando de um humor escarninho de que fazem uso por vezes.
Mas é também de crianças que quero falar e em especial do meu filho, como já disse. Então proponho o seguinte, primeiro conto as duas situações engraçadas que se passaram cá em casa em resultado dos ditos "reclames" e, depois divago.

Situação 1 - Anúncio: "Oliveira da Serra"
Um pequeno spot publicitário em que dois actores desenham com azeite uma figura em cima de uma bancada de cozinha de forma sincronizada e perfeita publicitando a nova tampa pop-up, como se fossem os chineses da abertura dos jogos olímpicos de 2008, que com longas mangas desenhavam caracteres sem errar.
Após termos visto o filme pela primeira vez, o meu filho olhou para mim e:
Filho: - Mãe, tu tens este azeite?
Mãe: - Sim, filho mas não é com esta embalagem.
Filho: - Então compras para desenhar?
Mãe: - Compro para cozinhar, mas posso desenhar no teu prato. - sorriso de algum modo assustado.
Filho: - Eu queria assim - e aqui fez o gesto - em cima da mesa.
Alguns dias depois, e porque já comprava aquela marca há muito tempo, dou com o meu filho na cozinha de garrafa de azeite na mão, quando me vê diz:
- Achas que consigo fazer aquele desenho no chão?
Corri para ele e tirei-lhe gentilmente a garrafa de azeite da mão, que tem estado bastante longe do alcance dele, just in case...

Situação 2: Anúncio: "Caldo Knorr"
Alguns spots publicitários em que um homem com ar simpático cozinha bifes, legumes ou arroz com a ajuda do dito caldo knorr.
Há dias o meu rebento, quase cozinheiro, (eheheheh) vem ter comigo à cozinha e pergunta:
- Mãe, tens caldo knorr?
Em simultâneo, abre o frigorífico olha lá para dentro e continua:
- Tens ali!!! Olha, pões a frigideira ao lume, vês se está bem quente, depois pões o bife, deitas o caldo knorr, as natas, muito importantes as natas e já está! Ouviste?!
E lá foi à vidinha dele! E eu fiquei colada ao chão! 95 centímetros de gente a dar aulas de culinária ali, a mim, filha de cozinheiros de mão cheia. Está lindo isto.
Resultado, pelo menos 3 cubos caldo knorr já foram para ao lixo, pois, ele abre-os, facilitando-me a tarefa para eu os usar. Mas esquece-se de me perguntar antes se vou usar ou não e, diga-se, não é coisa que use frequentemente. Alimentação saudável and soyon and soyon.
Hoje o mestre cuca voltou a insistir e eu, já em último recurso disse-lhe que não era uma coisa muito saudável para ele. A resposta:
- Quando eu for muito adolescente, fazes-me bifes com caldo knorr? E natas?

Só tenho uma coisa a pedir aos criativos da publicidade, por favor sejam mais subtis, ok?
É que de certeza que há mais mães a terem de esconder os caldos knorr e as garrafas de azeite e sabe-se lá mais o quê em buracos onde os mini-mestres não os encontrem. Eu até acho que qualquer dia não vou encontrar o azeite de tanto o esconder.
Tudo tão apelativo e tão simples que arruma qualquer mãe menos aventureira na cozinha. Há mulheres que não têm estofo para isto e se deixam intimidar. Não eu... por enquanto, pelo, menos.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Alerta Cor-de-Rosa



Não tenho paciência para domingos como este... Tiram-me a inspiração!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Freud explica

Deusa mãe - gravura neolítco


Agora por homens mal resolvidos, lembrei-me de um episódio que se passou comigo e que posso partilhar na blogosfera.

Quando estava no mundo empresarial em franca expansão pré-crise tinha um colega, que apesar de não ser chefe directo nem coisa nenhuma, se achava no direito de mandar e embirrar comigo sempre que podia.
Ou era porque os meus cinco minutos de pausa para café lhe pareciam muito longos, ou porque eu tinha formação, ou porque tinha deixado acabar as folhas na impressora ( que era partilhada por todos) ou porque lhe apetecia, tudo lhe servia para fazer uma piadinha fácil e estúpida. Se andava mal disposto, fazia questão de me fazer insinuações à frente dos chefes para me deixar mal vista.
Nunca ficou sem resposta, aliás sempre lhe respondi à altura e quando as coisas azedavam, e já só conseguíamos gritar um com o outro, marcava reuniões com ele para fazermos assim uma espécie de terapia de grupo e esclarecer tudo. Eu dizia-lhe o que achava e ele, macaco, concordava com tudo para no dia seguinte mostrar que estava igual.
Enfim, foram uns tempos complicados e simultaneamente muito compensadores em termos profissionais. Conseguia cumprir com a minha parte e ainda enfrentar este betos e bufos de trazer por casa.
Certo dia, o dito homem, muito bem disposto ao contrário do costume, aborda-me na escada e diz-me:
"Esta noite sonhei consigo!"
Eu fiquei pasma!!! Eu queria lá saber o que ele sonhava, mesmo que fosse comigo!
"E sonhei que estava grávida."
MAU!!! Das duas uma, ou queria tirar nabos da púcara ou sem saber estava a mostrar que se sentia ameaçado por mim.
A seguir, fiz um sorriso tipo mona lisa e respondi:" Quando isso for verdade, será dos primeiros a saber!"
O gajo era novo, charmoso e sabia disso. Talvez quisesse conquistar-me de outra forma, ou deixar-me estrategicamente sem força nas pernas.
Não resultou, pois, a partir daqui fiquei muito segura de mim. Cada um acredita no que quer nos dias que quer e eu naquele dia acreditava na interpretação dos sonhos e na mitologia grega. Assim, após alguma pesquisa, percebi que tinha alguma razão no início. As mulheres são portadoras do dom da criação, podem gerar ( claro que com a ajuda dos homens), tal como a terra que de uma semente seca e enrugada faz uma árvore frondosa. O poder de gerar deixa o homem abismado e deslumbrado o que o amedronta consequentemente.
A partir dali passei a mandar ou seja, dissesse ele o que dissesse nada me afectava, aliás passei a olhá-lo com desdém e desprezo. Isto deixava-o furioso.

Mas isto é só o meu ponto de vista!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ALERTA AMARELO

De manhã, pensava que era a máquina de lavar loiça que ainda continuava a trabalhar, depois de algumas horas!

Fui ver, era a chuva!



















ALERTA AMARELO

terça-feira, 13 de janeiro de 2009




Trivialidades

Hoje, às 8h15m depois de deixar o meu filho na escola para ir ao teatro ver ELI a elefanta bebé, decidi ir tratar de assuntos pendentes.
E lá fui eu!
Setúbal, loja do cidadão 10h30m, tempo de atendimento: o suficiente para comer uma empada, beber um café e ler duas frases do livro.
Ti-ru-ri
Só não correu bem ter de gastar o valor que gostaria de ter gasto em cremes ou perfumes num documento chamado DUA, que é parecido com DIU. (risos)
Apanhei a minha mãe na baixa e fui comprar uma almofada em forma de gato.
Paguei para que me retirassem todos os pêlos que me faziam parecer o pai natal no gabinete de estética.
Voltei para casa.
Aguardo pela anatomia de grey e pelo reencontro de uma mãe e uma filha para depois me esticar na cama e dormir.
Amanhã há festa no palácio, os meus dois capricórnios fazem anos, pai e marido. O complexo de Electra mesmo aqui.

A fazer núvens...


"Clouds", Bouroullec Brothers
... ou bolas de sabão, ou, nada...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Another wishlist

Com o passar dos tempos eu pensava que algumas coisas iriam mudar. Ingenuidade?! Talvez...

Eu pensava que o meu curso universitário me iria ajudar a arranjar trabalho.
Eu pensava que os gatos eram ariscos.
Eu pensava que os invernos eram sempre frios.
Eu pensava que com esta idade teria alguma estabilidade.
Eu pensava que hoje as pessoas viveriam melhor.
Eu pensava que os homens mais jovens iam deixar de ir às putas.
Eu pensava que os preservativos iam acabar com a gravidez na adolescência.
Eu pensava que em 2009 todos os jovens iriam ter o 12º ano.
Eu pensava que os rapazes não iam espancar as namoradas tal qual velhos bêbedos.
Eu pensava que as mulheres iam emancipar-se.
Eu pensava que não ia conseguir conduzir, porque não sei andar de bicicleta.

Eu pensava...
Eu, pensava!

Coisinhas fofinhas 2


Coisinhas fofinhas



Takashi Murakami, Flower ball

"Somos, cada vez mais, os defeitos que temos, não as qualidades.", José Saramago in, A Viagem do Elefante

Será?
Seremos mesmo definidos pelos nossos defeitos?
Quais? Aqueles que os outros também vêem, ou os que só nós conhecemos e sabemos ter?
Uma pessoa pode ser definida pela sua incompetência se esta estiver à vista de todos, ou, por outro lado, se a mesma pessoa souber aproveitar o que os outros dizem e bisbilhotar nos locais certos e fizer boa figura o defeito é atenuado? Mais tarde ou mais cedo tudo ficará a descoberto, com certeza pensam todos.
Não é bem assim. No meio empresarial há uma série de gente que passa o tempo a tentar lixar a vida aos outros para poder ascender. Já fui indirectamente vitima disso, uma vez que o objectivo era o meu chefe. Resultado, o dito lixador ficou sempre com imagem de competente, por incrível que pareça, e por mais que fizesse asneira conseguia sempre culpar alguém que não ele.
Neste caso não se aplica!
Ainda vou remoer mais um bocadinho e ler o resto do livrito.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O nosso AlberGato


Este é o Alberto, o gato! O cobertorzinho de sofá!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Recycle, Reuse, Renew

Em vésperas de Natal saí de casa às três horas da tarde à procura de uma lâmpada para a cozinha e cheguei por volta das nove da noite com a bendita lâmpada finalmente.
Foi quase uma demanda do santo graal. Mas tinha de ser, pois, se comer à luz das velas é muito romântico, já cozinhar à luz das velas não é nem romântico nem higiénico nem nada.
Entrei em tudo o que é superficie comercial entre aqui e ali até encontrar um Modelo (passo a publicidade) que tivesse a dita lâmpada. Trouxe duas para uma eventualidade.
Como trabalhei na área ambiental e sou uma cidadã consciente dos meus deveres ambientais e me preocupo com a pegada ecológica, fui logo muito lampeira com a lâmpada antiga para a deixar ao lado do ponto electrão. Não havia sítio. Dirigi-me ao balcão do cliente e lá as meninas de azul e vermelho disseram que lâmpadas não recebiam, pedimos desculpa, mas não. Contestei, porque na televisão isto e aquilo e elas, de sorriso nos lábios, não temos protocolo. Daaaasssss... Sabem que mais? Fartei-me. Foi a lâmpada para o lixo e acabou-se a conversa.
Agora vou pôr a boca no trombone e começar a escrever mails sobre publicidade enganosa.
Estava na to do list.

P.S.: Alguém me sabe dizer a quem posso enviar um mail a reclamar por causa da quantidade de cartão, vidro e plástico deixado fora do ecoponto, ao lado, em sacos ou livremente ao sabor do vento?