sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Só para dizer...

... que a princesa tá vivinha da silva, mas tem tido uma semana louca, que irá relatar aqui lá para sábado à tarde, quando o país estiver em alerta amarelo alaranjado de pantufas nos pés e rolos na cabeça.
Agora vou ali telefonar para as redações dos jornais ingleses a explicar o que significam as belas palavras de Ronaldo dirigidas aos adeptos do west broom... Então mas este pacóvio não sabe, que já lá vai o tempo em que os portugueses podiam ir ao estrangeirto e dizer palavrões no meio da rua sem ninguém entender uma palavra!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Alber(Ga)to




O nosso gato cresceu. Já tem quase um ano e é muito mansinho e muito fotogénico!
Jade, aqui tens a nossa parede cor de papaia.

Deep plunge 3



Ontem o dia decorreu sem nada de anormal. Uma correria de entradas e saídas de salas e um sem fim de actividades. Se não fosse o facto de ter deixado o chapéu de chuva no sítio onde almocei e ter de lá voltar ao final do dia, ou, ter passado quase meia hora à procura de estacionamento, ou, ter deixado cair o mesmo lápis três vezes e dar uma barraca descomunal, ou ainda, ter destruído o braço de uma cadeira... nem havia nada que contar,


Agora, que já mergulhei, estou perdida dentro de água a nadar entre algas altas e peixes pegajosos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Má televisão, maus espectadores

Juro que ainda não parti a televisão, porque há sempre o canal 2 como alternativa.
Então mas agora é isto todos os dias? Não há crise!? Apanhados? Volta Guilherme Leite, que estás perdoado. Se eu quisesse ver apanhados pedia que viessem instalar TV por cabo e punha na SIC Memória. Mas eu não quero, repito EU NÃO QUERO ver isto. E acho que ninguém devia ser exposto a esta falta de senso.
Mas também não é melhor ver o 'tá a gravar! Ó santa paciência! Eu até acho a Carolina Patrocínio muito engraçada e ela até tem jeitinho, mas oh Nuno Santos, podias atribuir-lhe um programa melhor em que ela pudesse demonstrar o que vale. Ao Pedro eu mandava-o gerir a sua cadeia dos ailovius, que é o que ele sabe fazer. Quanto aos vídeos pobres, desinteressantes e de má qualidade bem podiam era fazer Delete.
Má televisão nas horas a que as pessoas estão acordadas. Ao fim de semana só filmes repetidos, embora no canto do ecrã apareça "Estreia", que, diga-se, é uma estratégia brilhante para pessoas muuuuito desatentas. Depois de um fim de semana de televisão de fazer nojo aparecem ao domingo à noite, as séries de jeito tipo Donas de Casa Desesperadas. Mas aqui não é só a SIC, não senhor. A dois também passa o Britcom, o Câmara Clara e o Onda Curta mais ou menos ao mesmo tempo.
Espero que não sugiram que compre os DVDs e que veja a série onde, como, quando e ao ritmo que eu quiser, porque não chega. Eu queria era televisão de qualidade.
57 channels and nothin on, Bruce Springsteen

Deep plunge 2

E lá fui, logo pela manhã no meio de um spray de chuva que se prolongou ao longo de todo o dia.
Cheguei a horas e deu para tomar um cafézinho tendo como companhia algumas cara conhecidas, no Pial. Um dia falo deste sítio, está prometido.
Quando cheguei ao local esperava-me o responsável que me cortou logo ali o barato: "Estamos à espera da outra candidata!" Lá esperei mais um bocadinho, sentadinha como uma liceal.
Chegou a outra candidata, sentou-se e esperou também. Nada a apontar, pois há muito que não faço juízos de valor assim à primeira, pelo menos tento.
Fomos entretanto conduzidas a uma sala e foi-nos solicitado que nos apresentássemos, in english, e aqui começou o meu problema, pois percebi que não vou ter hipóteses. Então não é que a gaja viveu nos US of A nos últimos 23 anos!!! A minha vida nunca pode ser simples. Tem de ser sempre tudo da forma mais difícil, pelo caminho mais longo e tortuoso.
Sacudi a poeira e mergulhei mesmo naquilo seguindo todas as actividades e tarefas distribuídas ao longo do dia. Não vou desistir e vou até ao fim da formação. O mais forte é que vence, e eu estou a sentir-me bastante forte, pelo menos por agora. EH EH EH
A moça é simpática, o que faz com que não consiga ser antipática ou ignorá-la ou coisa parecida. Para ajudar conhecemos pessoas em comum o que torna ainda mais difícil a coisa. Ou seja tenho de jogar limpo, como aliás sempre fiz nem sei porque estou para aqui com estas cenas.
Cedi a um almoço no fórum da cidade, erh, desculpem no centro comercial, durante o qual ainda falámos mais um bocadinho e eu não tenho nada a apontar.
Durante o dia houve tempo para eu ir à procura da casa de banho na cave em vez de no 1º andar, estar completamente a dormir a meio da tarde, demorar uma eternidade a reaprender a trabalhar com o sistema informático. Estarei estúpida? Onde estão os comprimidos afinal?
Vou ali à procura deles e já volto.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

The dandies are back


Deep plunge

Podia falar de inúmeros assuntos hoje, ZEN - a mosca que salvei de se afogar na humidade que se aloja na minha janela todos os dias, ECONOMIA - acerca do passeio que dei pela cidade sadina hoje pela tarde sem encontrar o que procurava a um preço justo, SENTIDOS - o almoço que saboreei a dois aqui na vila, EMOÇÃO - das imagens do Obama, que não quis ver por ficar imediatamente de lágrima no olho e nó na garganta, REVOLTA - entrevistas a Cristiano Ronaldo a toda a hora? Não diz duas de seguida coitado... pobre ignorante rico...
Prefiro escrever sobre os meus próximos cinco dias de formação num local onde acho que vou gostar de trabalhar. Como já disse aqui estou sem trabalho depois de um despedimento por falta de pagamento. Noutros tempos, estar em casa era bom. Conseguia ler, arrumar, cozinhar, passear, dormir sem sentir o estigma. Desta vez não foi assim, pois, sinto-me inútil, revoltada e frustrada, mas parece que tudo vai mudar.
Tenho um turbilhão de sentimentos aqui dentro e a excitação é grande, embora depois dos trinta seja mais difícil encarar um novo grupo de pessoas com quem supostamente irei conviver e trabalhar, desenvolver laços, de quem irei depender numa relação de troca profissional e de conhecimentos.
Olhos fechados, dedos a apertar o nariz e cá vou eu para um mergulho em apneia. Mais um.
Merda, será que vai ser sempre assim? Instabilidade, mudanças forçadas, desconforto, insegurança, apertos no estômago... Sempre quero ver se vai ser sempre assim! É que se vai, então mais valia ter ido fazer limpezas e passar o resto da vida a pensar que se tivesse estudado...
Bem, mas isso agora não interessa nada, pois se for como eu imagino, quem vai lucrar são vocês os leitores deste blog. Sim, porque num sítio daqueles haverá muitas coisas para contar e escrever e relatar e rir também.
Amanhã lá vou eu...
Deep plunge!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mudei de Cor

Hoje, mudei de cor!
Esta cor não representa nada em termos clubísticos, nem é cor de princesa, mas mostra aquilo por que mais anseio neste momento, a Primavera!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A publicidade e as crianças

Ao contrário da grande maioria das pessoas que conheço, eu gosto de ver os "reclames" ( gosto desta palavra lembra o tempo em que a televisão começava às 6h da tarde).
Como dizia, gosto de ver os reclames, e, vejo-os muitas vezes acompanhada pelo meu filho de 4 anos. As crianças adoram publicidade dando-lhe mais atenção que aos desenhos animados até, o que quer dizer que os anúncios são bem feitos.
Eu, gosto especialmente pela forma como são apresentados os produtos, os pormenores dos cenários, algumas falas, o movimento, as ideias, não dando especial atenção a jingles, por exemplo, mas gostando de um humor escarninho de que fazem uso por vezes.
Mas é também de crianças que quero falar e em especial do meu filho, como já disse. Então proponho o seguinte, primeiro conto as duas situações engraçadas que se passaram cá em casa em resultado dos ditos "reclames" e, depois divago.

Situação 1 - Anúncio: "Oliveira da Serra"
Um pequeno spot publicitário em que dois actores desenham com azeite uma figura em cima de uma bancada de cozinha de forma sincronizada e perfeita publicitando a nova tampa pop-up, como se fossem os chineses da abertura dos jogos olímpicos de 2008, que com longas mangas desenhavam caracteres sem errar.
Após termos visto o filme pela primeira vez, o meu filho olhou para mim e:
Filho: - Mãe, tu tens este azeite?
Mãe: - Sim, filho mas não é com esta embalagem.
Filho: - Então compras para desenhar?
Mãe: - Compro para cozinhar, mas posso desenhar no teu prato. - sorriso de algum modo assustado.
Filho: - Eu queria assim - e aqui fez o gesto - em cima da mesa.
Alguns dias depois, e porque já comprava aquela marca há muito tempo, dou com o meu filho na cozinha de garrafa de azeite na mão, quando me vê diz:
- Achas que consigo fazer aquele desenho no chão?
Corri para ele e tirei-lhe gentilmente a garrafa de azeite da mão, que tem estado bastante longe do alcance dele, just in case...

Situação 2: Anúncio: "Caldo Knorr"
Alguns spots publicitários em que um homem com ar simpático cozinha bifes, legumes ou arroz com a ajuda do dito caldo knorr.
Há dias o meu rebento, quase cozinheiro, (eheheheh) vem ter comigo à cozinha e pergunta:
- Mãe, tens caldo knorr?
Em simultâneo, abre o frigorífico olha lá para dentro e continua:
- Tens ali!!! Olha, pões a frigideira ao lume, vês se está bem quente, depois pões o bife, deitas o caldo knorr, as natas, muito importantes as natas e já está! Ouviste?!
E lá foi à vidinha dele! E eu fiquei colada ao chão! 95 centímetros de gente a dar aulas de culinária ali, a mim, filha de cozinheiros de mão cheia. Está lindo isto.
Resultado, pelo menos 3 cubos caldo knorr já foram para ao lixo, pois, ele abre-os, facilitando-me a tarefa para eu os usar. Mas esquece-se de me perguntar antes se vou usar ou não e, diga-se, não é coisa que use frequentemente. Alimentação saudável and soyon and soyon.
Hoje o mestre cuca voltou a insistir e eu, já em último recurso disse-lhe que não era uma coisa muito saudável para ele. A resposta:
- Quando eu for muito adolescente, fazes-me bifes com caldo knorr? E natas?

Só tenho uma coisa a pedir aos criativos da publicidade, por favor sejam mais subtis, ok?
É que de certeza que há mais mães a terem de esconder os caldos knorr e as garrafas de azeite e sabe-se lá mais o quê em buracos onde os mini-mestres não os encontrem. Eu até acho que qualquer dia não vou encontrar o azeite de tanto o esconder.
Tudo tão apelativo e tão simples que arruma qualquer mãe menos aventureira na cozinha. Há mulheres que não têm estofo para isto e se deixam intimidar. Não eu... por enquanto, pelo, menos.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Alerta Cor-de-Rosa



Não tenho paciência para domingos como este... Tiram-me a inspiração!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Freud explica

Deusa mãe - gravura neolítco


Agora por homens mal resolvidos, lembrei-me de um episódio que se passou comigo e que posso partilhar na blogosfera.

Quando estava no mundo empresarial em franca expansão pré-crise tinha um colega, que apesar de não ser chefe directo nem coisa nenhuma, se achava no direito de mandar e embirrar comigo sempre que podia.
Ou era porque os meus cinco minutos de pausa para café lhe pareciam muito longos, ou porque eu tinha formação, ou porque tinha deixado acabar as folhas na impressora ( que era partilhada por todos) ou porque lhe apetecia, tudo lhe servia para fazer uma piadinha fácil e estúpida. Se andava mal disposto, fazia questão de me fazer insinuações à frente dos chefes para me deixar mal vista.
Nunca ficou sem resposta, aliás sempre lhe respondi à altura e quando as coisas azedavam, e já só conseguíamos gritar um com o outro, marcava reuniões com ele para fazermos assim uma espécie de terapia de grupo e esclarecer tudo. Eu dizia-lhe o que achava e ele, macaco, concordava com tudo para no dia seguinte mostrar que estava igual.
Enfim, foram uns tempos complicados e simultaneamente muito compensadores em termos profissionais. Conseguia cumprir com a minha parte e ainda enfrentar este betos e bufos de trazer por casa.
Certo dia, o dito homem, muito bem disposto ao contrário do costume, aborda-me na escada e diz-me:
"Esta noite sonhei consigo!"
Eu fiquei pasma!!! Eu queria lá saber o que ele sonhava, mesmo que fosse comigo!
"E sonhei que estava grávida."
MAU!!! Das duas uma, ou queria tirar nabos da púcara ou sem saber estava a mostrar que se sentia ameaçado por mim.
A seguir, fiz um sorriso tipo mona lisa e respondi:" Quando isso for verdade, será dos primeiros a saber!"
O gajo era novo, charmoso e sabia disso. Talvez quisesse conquistar-me de outra forma, ou deixar-me estrategicamente sem força nas pernas.
Não resultou, pois, a partir daqui fiquei muito segura de mim. Cada um acredita no que quer nos dias que quer e eu naquele dia acreditava na interpretação dos sonhos e na mitologia grega. Assim, após alguma pesquisa, percebi que tinha alguma razão no início. As mulheres são portadoras do dom da criação, podem gerar ( claro que com a ajuda dos homens), tal como a terra que de uma semente seca e enrugada faz uma árvore frondosa. O poder de gerar deixa o homem abismado e deslumbrado o que o amedronta consequentemente.
A partir dali passei a mandar ou seja, dissesse ele o que dissesse nada me afectava, aliás passei a olhá-lo com desdém e desprezo. Isto deixava-o furioso.

Mas isto é só o meu ponto de vista!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ALERTA AMARELO

De manhã, pensava que era a máquina de lavar loiça que ainda continuava a trabalhar, depois de algumas horas!

Fui ver, era a chuva!



















ALERTA AMARELO

terça-feira, 13 de janeiro de 2009




Trivialidades

Hoje, às 8h15m depois de deixar o meu filho na escola para ir ao teatro ver ELI a elefanta bebé, decidi ir tratar de assuntos pendentes.
E lá fui eu!
Setúbal, loja do cidadão 10h30m, tempo de atendimento: o suficiente para comer uma empada, beber um café e ler duas frases do livro.
Ti-ru-ri
Só não correu bem ter de gastar o valor que gostaria de ter gasto em cremes ou perfumes num documento chamado DUA, que é parecido com DIU. (risos)
Apanhei a minha mãe na baixa e fui comprar uma almofada em forma de gato.
Paguei para que me retirassem todos os pêlos que me faziam parecer o pai natal no gabinete de estética.
Voltei para casa.
Aguardo pela anatomia de grey e pelo reencontro de uma mãe e uma filha para depois me esticar na cama e dormir.
Amanhã há festa no palácio, os meus dois capricórnios fazem anos, pai e marido. O complexo de Electra mesmo aqui.

A fazer núvens...


"Clouds", Bouroullec Brothers
... ou bolas de sabão, ou, nada...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Another wishlist

Com o passar dos tempos eu pensava que algumas coisas iriam mudar. Ingenuidade?! Talvez...

Eu pensava que o meu curso universitário me iria ajudar a arranjar trabalho.
Eu pensava que os gatos eram ariscos.
Eu pensava que os invernos eram sempre frios.
Eu pensava que com esta idade teria alguma estabilidade.
Eu pensava que hoje as pessoas viveriam melhor.
Eu pensava que os homens mais jovens iam deixar de ir às putas.
Eu pensava que os preservativos iam acabar com a gravidez na adolescência.
Eu pensava que em 2009 todos os jovens iriam ter o 12º ano.
Eu pensava que os rapazes não iam espancar as namoradas tal qual velhos bêbedos.
Eu pensava que as mulheres iam emancipar-se.
Eu pensava que não ia conseguir conduzir, porque não sei andar de bicicleta.

Eu pensava...
Eu, pensava!

Coisinhas fofinhas 2


Coisinhas fofinhas



Takashi Murakami, Flower ball

"Somos, cada vez mais, os defeitos que temos, não as qualidades.", José Saramago in, A Viagem do Elefante

Será?
Seremos mesmo definidos pelos nossos defeitos?
Quais? Aqueles que os outros também vêem, ou os que só nós conhecemos e sabemos ter?
Uma pessoa pode ser definida pela sua incompetência se esta estiver à vista de todos, ou, por outro lado, se a mesma pessoa souber aproveitar o que os outros dizem e bisbilhotar nos locais certos e fizer boa figura o defeito é atenuado? Mais tarde ou mais cedo tudo ficará a descoberto, com certeza pensam todos.
Não é bem assim. No meio empresarial há uma série de gente que passa o tempo a tentar lixar a vida aos outros para poder ascender. Já fui indirectamente vitima disso, uma vez que o objectivo era o meu chefe. Resultado, o dito lixador ficou sempre com imagem de competente, por incrível que pareça, e por mais que fizesse asneira conseguia sempre culpar alguém que não ele.
Neste caso não se aplica!
Ainda vou remoer mais um bocadinho e ler o resto do livrito.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O nosso AlberGato


Este é o Alberto, o gato! O cobertorzinho de sofá!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Recycle, Reuse, Renew

Em vésperas de Natal saí de casa às três horas da tarde à procura de uma lâmpada para a cozinha e cheguei por volta das nove da noite com a bendita lâmpada finalmente.
Foi quase uma demanda do santo graal. Mas tinha de ser, pois, se comer à luz das velas é muito romântico, já cozinhar à luz das velas não é nem romântico nem higiénico nem nada.
Entrei em tudo o que é superficie comercial entre aqui e ali até encontrar um Modelo (passo a publicidade) que tivesse a dita lâmpada. Trouxe duas para uma eventualidade.
Como trabalhei na área ambiental e sou uma cidadã consciente dos meus deveres ambientais e me preocupo com a pegada ecológica, fui logo muito lampeira com a lâmpada antiga para a deixar ao lado do ponto electrão. Não havia sítio. Dirigi-me ao balcão do cliente e lá as meninas de azul e vermelho disseram que lâmpadas não recebiam, pedimos desculpa, mas não. Contestei, porque na televisão isto e aquilo e elas, de sorriso nos lábios, não temos protocolo. Daaaasssss... Sabem que mais? Fartei-me. Foi a lâmpada para o lixo e acabou-se a conversa.
Agora vou pôr a boca no trombone e começar a escrever mails sobre publicidade enganosa.
Estava na to do list.

P.S.: Alguém me sabe dizer a quem posso enviar um mail a reclamar por causa da quantidade de cartão, vidro e plástico deixado fora do ecoponto, ao lado, em sacos ou livremente ao sabor do vento?

O Sexo e o Trabalho

Para quem não sabe ainda, a princesa está desempregada!
Aparte o estigma e os longos dias de sol e chuva passados a arrumar gavetas, tudo bem.
Fui recentemente convocada para uma reunião, no centro de emprego mais próximo, cujo nome era muito in, Procura Activa de Emprego.
Fiquei impressionada com a coisa.
E ia cheia de esperanças e planos com perguntinhas escritas no moleskine com espaço para resposta e tudo. Eu ia arrasar!
Devo ter pensado, por momentos, que estava num outro país que não este. Num daqueles onde os técnicos de emprego são mesmo técnicos de emprego e não estão duas horas e meia a despejar decretos lei e a dizer: " Não fui eu que fiz as leis. Eu só estou a transmitir a legislação. Se quiserem reclamar, não é durante esta reunião blá blá blá. Peço que não falem, pois eu vou esclarecer todas as duvidas à medida que for falando". Eu também devo ter sonhado que no meu país dentro do mesmo centro de emprego os técnicos de emprego já sabiam qual era a formação de cada uma das pessoas a quem enviaram as cartas e que não iam enfiar numa sala 20 pessoas com formação e idades tão diferentes. Então, e agora no país real, segundo as estatísticas e assim por cima ficámos em: licenciados: 2 ( 34 e 35 anos); 12º ano: 1 (36 anos); 9º ano: 14 ( de 20 a 54 anos); 6º ano: 1 (24 anos); 4º ano:2 (48 e 51 anos).
Com todo os respeito que tenho por quem não teve oportunidade de estudar, podiam evitar este tipo de situações. Os problemas, as necessidades, as dúvidas, a indignação, as referências, os pontos de vista são completamente diferentes. Perde-se tempo com estas reuniões e a sensação de impotência aumenta para uma pessoa cuja formação é menor, pois se ali estão aquelas aves sustentadas a pão de durante anos que estão em casa, imaginem eles que só fizeram parte do percurso...
Aparte as situações caricatas do imaginário desempregado, que mora em Elvas e vai a Espanha pôr gasolina no carro por ser mais barata e que está a cometer uma ilegalidade, pois temos sempre que transmitir ao centro de emprego toda e qualquer ausência do país, pouco mais aconteceu. Aqui senti-me como uma fora de lei, não só tenho de me apresentar na junta de freguesia quinzenalmente para trocar papéis com alguém que também não tem qualquer formação para o efeito, como não posso sair do país sem avisar.
Não escrevi as respostas no meu moleskine preto com elástico. Mas deram-me um dossier todo transparente e cheio de procedimentos. Quando ler com a devida atenção, partilho.
Por fim, houve alguém que me deixou muito triste com o género gaja. Uma tal senhora, daquelas que tem opinião para tudo disse duas ou três preciosidades que me fizeram querer saltar-lhe para o pescoço:

A primeira: " Uma mulher até pode ganhar 400€, agora um homem, um homem tem sempre que ser mais compensado pelo trabalho."
O que eu lhe queria ter dito: "Por isso é que o mundo está como está, filha. Também achas que as mulheres devem ganhar menos? Ou que não devem trabalhar? Podias dispensar o subsidio de desemprego e ficavas a cozer meias em casinha?"

A segunda: " As mulheres podem ficar com os filhos em casa, mas não vou deixar o meu filho a dormir em casa com o meu marido, enquanto vou fazer um turno de madrugada."
O que eu queria ter respondido: " Desde que não vás atacar sendo o teu marido contra o facto, acho que não há problema! Tens medo de quê? Que a criança com doze anos se desunhe a chamar por ti no berço e se afogue em lágrimas? Ou não confias no marido?"

Será possível? Esta mulher está a educar um rapaz, que vai ser homem um dia! E que homem! Não posso acreditar que ainda se encontrem mulheres machistas. Ou será que a formação escolar é proporcional ao sentido de justiça social? Fiquei indignada com isto.
A princesa está desempregada, mas não ficou mais estúpida.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dia de sol atrás das núvens

Hoje é dia de abrir as janelas!
E eu abri!
Está um frio que não se pode e o tempo tem cara de mau. Eu, que não sou mulher de ter medo de caras feias abri as janelas e estou aqui no único cantinho do palácio, onde não há correntes de ar, à espera que o ar renove. Podia limar as unhas, mas prefiro estar aqui no blog canto.
Mas não estou aqui por acaso, pois, tenho sempre alguma coisa para dizer.
Apesar de (ainda) não ter listas de "eu quero" nem de "eu já" ou de "eu nunca" para vos mostrar quero dizer que me sinto bem. Que me sinto como se fosse o primeiro dia de primavera e o ar estivesse cheio de sol.
Sinto-me bem e quero partilhar esta euforia de hoje.
Agora vou fechar as janelas e passar a limpo a tal lista... À noite, logo se vê!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Fama?

Hoje encontrei a minha mãe sentada à frente da televisão a ver a repetição do "Uma canção para ti". Parece que o programa foi emitido em várias sessões até à passagem do ano, quando elegeram o vencedor. Até aqui nada de novo, pois, é natural uma avó ver jovens talentos a cantar e a mostrar o que sabem fazer. O problema é mesmo meu, porque eu abomino este tipo de programas. Não é pelas cantigas, nem pelos apresentadores, nem pelo júri ou pela iluminação, não senhor. O problema são as criancinhas, ou o que querem fazer com elas.
Cada vez que há um programa destes levantam-se sempre uma série de Velhos do Restelo, nos quais me incluo no presente caso, a chamar as mãozinhas à consciência. A mãe do vencedor diz numa entrevista ao DN que já o preparou para lidar com o assédio que vai sofrer a partir de 2ª feira primeiro dia de aulas. E como é que ela fez isto? Dizendo-lhe o seguinte, passo a citar: "Disse-lhe que vai ter muitos meninos à sua volta, que isso é normal, pelo que terá de ter muita paciência. É só no primeiro dia e depois passa." in, «Diário de Noticias», 3 de Janeiro de 2009.
Espero que falem mais sobre o assunto, isto se tiverem tempo claro, porque este fim de semana quando a criança for à rua vai receber mais beijinhos que o Portas em campanha eleitoral. Ele é tão pequenino. Será que vai conseguir lidar com a situação? De inicio vai ter muitos meninos à sua volta e adultos também. Mas, e depois? Como vai lidar com a dita transformação na voz de que os entendidos falam? E com a frustração de deixar de ser reconhecido na rua quando crescer e a sua carinha de anjo se transformar na de um imberbe adolescente? E os bullies que estão sempre à espreita para desancar o novo aluno mais popular lá da escola?
Caríssimos optimistas, o Zé Maria do "Big Brother" já era adulto e teve muitos problemas depois da fama e da confusão.
Se calhar o problema é só meu porque sou uma chata e bota de elástico e não estou a perceber o alcance, mas eu não faria isto ao meu filho. Por muito que ele me pedisse.
Ah e agora a pergunta que todos estão à espera. Se ele participar regularmente num programa de televisão, não é considerado trabalho infantil???
A minha testa franzida deixa apenas duas frases à laia de justiça/testamento pretensamente salomónica:
Para a criança os meus sinceros parabéns e que a sua vida seja ainda assim cheia de sucessos. Para os pais um puxão de orelhas caso não cumpram a promessa de seguir a criança na sua formação futura e se alambazem ao guito.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A Maldade e a Ignorância

Grande coisa o dia de ano novo! Sim senhor! Chuva, chuva, bátegas de água, pluviosidade, precipitação, cães, gatos, filhasdaputice, mais chuva, bocas foleiras, enxurradas, fortes aguaceiros, molha parvos, neblina... Bem, é melhor ficar por aqui com estes sinónimos.
Logo de manhã deu para ver que o dia não ia ser grande coisa, pois nem se percebia o que era passeio e o que era estrada quando olhei pela janela.
Depois de um almoço a três com direito a fondue sem maionese - após três tentativas e sem plano B, ou seja um frasco da dita, fiquei-me pelo molho de iogurte com alho e salsa- parecia que tudo iria ser senão azul, pelo menos não tão cinzento escuro como lá fora.
Lá fomos de carro em direcção a uma prazenteira tarde em família.
A troca de prendas, com alguns dias de atraso, não deixou amargos de boca, pois, toda a gente foi sincera. Nem muito nem pouco, apenas o indicado e suficiente. O cafézinho com espuma, pois claro, porque agora toda a gente tem uma máquina xpto28 com a aguinha à mostra e com café em dedais. Ai que bom, ai que fino, e assim!
"Querem jantar?" (agora ouve-se o barulho da agulha a riscar o disco de vinil)
Ainda bem que disse que não, pois alguns minutos mais tarde lá veio a perguntinha cheia de veneno, ou apenas repleta de falta de senso: " Prédios é que nunca fizeste, pois não?!" Ó filha o que é que isso interessa? Não se pergunta a um pescador se só pescou sardinha, ou se se sente mais pescador por ter pescado, ou não, um cherne de 25kg.
O pescador lá disse que pescava desde há uns anitos e que até tinha ajudado a pescar um tubarão, e uma baleia e também um espadarte, mesmo o seu nome não tendo constado em nenhuma lápide, nem a sua figura tenha surgido na foto ao lado do dito "peixe".
Após mais algumas trocas muito subtis de galhardetes, o tema foi o budismo e, caso não houvesse figurinhas cor de rosa para nutrir e amar, a falta de conhecimento ter-se-ia revelado, tal como uma olheira por trás do creme corrector.
É assim que começa este ano. A dar-me uma enorme vontade de enfiar o pé na boca de algumas pessoas cuja maldade se situa ao nível da respectiva ignorância, que não as deixa abandonar o mundano e entrar em ascese só porque sim. Podiam centrar as energias em algo de bom e positivo, como aprender uma língua, ou a bordar, ou até mesmo a dançar, sei lá. Mas que deixassem a maldadinha de lado.
Acredito que podemos falar de tudo, tal como Auster, a quem estou a conhecer agora, e que consegue relacionar a existência e a fisiologia de forma tão única. Acredito também que não vale a pena cobrirmo-nos do acessório quando vamos desperdiçando o essencial.
Acho que vou oferecer uma pilha de livros à senhora. Mas até lá, vou apenas escrever na primeira página da agenda o factual:
dia chuvoso;
almoço em casa;
fondue, não consegui fazer a maionese ( 3 tentativas ahahahah),
tarde com a família.

Pode ser que assim não me lembre do resto.

Voz Off: a princesa foi dar uns murros no saco de areia.