20% de 10.000, quanto é maria?

Este senhor veio a Portugal receber um "honoris causa" e foi recebido cheio de pompa e transmissão televisiva.

A mim não me enganam... Apenas serviu de pretexto para poderem justificar por a +b que a austeridade é algo inevitável. Pois se até aquele senhor estrangeiro veio dizê-lo...!

Entre as preciosidades ditas este grande querido disse que em Portugal os ordenados deveriam sofrer uma redução de 20% em relação à Alemanha... (esta é uma adaptação livre do que o senhor disse, por isso, não tem aspas) Bem, se assim é, há duas interpretações (pareço o Nuno Rogeiro nos anos 90), por um lado, se for relativamente à Alemanha, vamos subir de nível de vida já que os salários lá são mais altos... Por outro lado, e isto é que me assusta, brevemente haverá alguém numa pequena/ média empresa a dizer aos seus colaboradores que podem viver com menos 20% do seu ordenado. Entenda-se que este ordenado não é o dos assessores de ministro, mas dos operários fabris, daqueles que recebem cerca de 475,00€.

Terá o senhor "honoris causa" uma ideia deste valor, que lá nos states é o salário semanal!?

Já estou a imaginar o memorando interno, por mail:

Caros colaboradores, a partir do próximo mês vamos retirar vinte por cento ao pouco que mal vos chega e que eu vou reter sem vergonha nenhuma na cara, por indicação do senhor kruger... krugman.

Ò Costa!

Agora já chateia! Conhecem a palavra m-a-n-u-t-e-n-ç-ã-o!!!

E agora...!

Ando há meses a pensar em voltar a escrever aqui no blog. E hoje resolvi abrir este caderninho empoeirado e começar a despejar todos aqueles pensamentos que afloraram durante este último período da minha vida. Este riquíssimo período.
Fui mãe pela segunda vez, desta vez de uma rapariga, E o tempo não tem sido muito amigo, pois passa demasiado depressa e não consigo enfiar mais nada no meu dia além das refeições de 3 em 3 horas, as fraldas, as vitaminas, as vacinas, a roupa, o banho, o amor, tudo nas doses e à hora certas.
E agora, que estou aqui, com tempo, mas sem paciência para ver televisão, abri o caderno, peguei na caneta, e não me vem nada à cabeça. O fantasma da escrita evaporou-se para outras paragens. As ideias normalmente surgem quando estou a fazer as coisas que enumerei acima. Será que tenho de andar de lápis e papel na mão?! Não isso não, pois, posso aleijar a criança... poing!
Gravar é uma opção... também não, depois só se ouve o bebé a chorar.
O melhor é voltar a treinar a escrita e criar o habito de me sentar e escrever se não todos os dias, pelo menos uns quantos dias por semana.