segunda-feira, 28 de junho de 2010

Podia reler, mas não era a mesma coisa!

Quando ouvi na rádio a notícia da sua morte, chorei. Mas não de tristeza ou de pena. Antes de egoísmo e revolta! E agora? Quem me vai fazer companhia nas minhas tardes de verão, quando me apetecer ver o mundo com as tuas lentes! Bem posso reler, mas a frescura de ler algo novo, enquanto o oiço comentado por ignorantes bocas que falam do que não sabem porque não leram, não será a mesma.
Vi os filmes que deram na TV, e, com a cegueira tive medo do meu igual, com a jangada também me apaixonei por aquele espanhol com cara de parvo!
As frases que poderiam ter gritado à porta da Câmara Municipal e não gritaram porque se renderam ao óbvio:
Que pena teres ido tão cedo Saramago!
Fica até amanhã!
Escreve mais qualquer coisa!
Espero que a Pilar encontre os livros que deixaste na gaveta! Ela sabe da chave?
Vais ali, e já vens, certo?!
Agora: "Obrigado, Saramago!" é que não... Que frase tão parva...
Bem, quem não tem cão caça com gato. O que é o mesmo que dizer: já que não tenho um Saramago novo, vou ler a minha Hélia Correia!