sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Freud explica

Deusa mãe - gravura neolítco


Agora por homens mal resolvidos, lembrei-me de um episódio que se passou comigo e que posso partilhar na blogosfera.

Quando estava no mundo empresarial em franca expansão pré-crise tinha um colega, que apesar de não ser chefe directo nem coisa nenhuma, se achava no direito de mandar e embirrar comigo sempre que podia.
Ou era porque os meus cinco minutos de pausa para café lhe pareciam muito longos, ou porque eu tinha formação, ou porque tinha deixado acabar as folhas na impressora ( que era partilhada por todos) ou porque lhe apetecia, tudo lhe servia para fazer uma piadinha fácil e estúpida. Se andava mal disposto, fazia questão de me fazer insinuações à frente dos chefes para me deixar mal vista.
Nunca ficou sem resposta, aliás sempre lhe respondi à altura e quando as coisas azedavam, e já só conseguíamos gritar um com o outro, marcava reuniões com ele para fazermos assim uma espécie de terapia de grupo e esclarecer tudo. Eu dizia-lhe o que achava e ele, macaco, concordava com tudo para no dia seguinte mostrar que estava igual.
Enfim, foram uns tempos complicados e simultaneamente muito compensadores em termos profissionais. Conseguia cumprir com a minha parte e ainda enfrentar este betos e bufos de trazer por casa.
Certo dia, o dito homem, muito bem disposto ao contrário do costume, aborda-me na escada e diz-me:
"Esta noite sonhei consigo!"
Eu fiquei pasma!!! Eu queria lá saber o que ele sonhava, mesmo que fosse comigo!
"E sonhei que estava grávida."
MAU!!! Das duas uma, ou queria tirar nabos da púcara ou sem saber estava a mostrar que se sentia ameaçado por mim.
A seguir, fiz um sorriso tipo mona lisa e respondi:" Quando isso for verdade, será dos primeiros a saber!"
O gajo era novo, charmoso e sabia disso. Talvez quisesse conquistar-me de outra forma, ou deixar-me estrategicamente sem força nas pernas.
Não resultou, pois, a partir daqui fiquei muito segura de mim. Cada um acredita no que quer nos dias que quer e eu naquele dia acreditava na interpretação dos sonhos e na mitologia grega. Assim, após alguma pesquisa, percebi que tinha alguma razão no início. As mulheres são portadoras do dom da criação, podem gerar ( claro que com a ajuda dos homens), tal como a terra que de uma semente seca e enrugada faz uma árvore frondosa. O poder de gerar deixa o homem abismado e deslumbrado o que o amedronta consequentemente.
A partir dali passei a mandar ou seja, dissesse ele o que dissesse nada me afectava, aliás passei a olhá-lo com desdém e desprezo. Isto deixava-o furioso.

Mas isto é só o meu ponto de vista!

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