quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A Maldade e a Ignorância

Grande coisa o dia de ano novo! Sim senhor! Chuva, chuva, bátegas de água, pluviosidade, precipitação, cães, gatos, filhasdaputice, mais chuva, bocas foleiras, enxurradas, fortes aguaceiros, molha parvos, neblina... Bem, é melhor ficar por aqui com estes sinónimos.
Logo de manhã deu para ver que o dia não ia ser grande coisa, pois nem se percebia o que era passeio e o que era estrada quando olhei pela janela.
Depois de um almoço a três com direito a fondue sem maionese - após três tentativas e sem plano B, ou seja um frasco da dita, fiquei-me pelo molho de iogurte com alho e salsa- parecia que tudo iria ser senão azul, pelo menos não tão cinzento escuro como lá fora.
Lá fomos de carro em direcção a uma prazenteira tarde em família.
A troca de prendas, com alguns dias de atraso, não deixou amargos de boca, pois, toda a gente foi sincera. Nem muito nem pouco, apenas o indicado e suficiente. O cafézinho com espuma, pois claro, porque agora toda a gente tem uma máquina xpto28 com a aguinha à mostra e com café em dedais. Ai que bom, ai que fino, e assim!
"Querem jantar?" (agora ouve-se o barulho da agulha a riscar o disco de vinil)
Ainda bem que disse que não, pois alguns minutos mais tarde lá veio a perguntinha cheia de veneno, ou apenas repleta de falta de senso: " Prédios é que nunca fizeste, pois não?!" Ó filha o que é que isso interessa? Não se pergunta a um pescador se só pescou sardinha, ou se se sente mais pescador por ter pescado, ou não, um cherne de 25kg.
O pescador lá disse que pescava desde há uns anitos e que até tinha ajudado a pescar um tubarão, e uma baleia e também um espadarte, mesmo o seu nome não tendo constado em nenhuma lápide, nem a sua figura tenha surgido na foto ao lado do dito "peixe".
Após mais algumas trocas muito subtis de galhardetes, o tema foi o budismo e, caso não houvesse figurinhas cor de rosa para nutrir e amar, a falta de conhecimento ter-se-ia revelado, tal como uma olheira por trás do creme corrector.
É assim que começa este ano. A dar-me uma enorme vontade de enfiar o pé na boca de algumas pessoas cuja maldade se situa ao nível da respectiva ignorância, que não as deixa abandonar o mundano e entrar em ascese só porque sim. Podiam centrar as energias em algo de bom e positivo, como aprender uma língua, ou a bordar, ou até mesmo a dançar, sei lá. Mas que deixassem a maldadinha de lado.
Acredito que podemos falar de tudo, tal como Auster, a quem estou a conhecer agora, e que consegue relacionar a existência e a fisiologia de forma tão única. Acredito também que não vale a pena cobrirmo-nos do acessório quando vamos desperdiçando o essencial.
Acho que vou oferecer uma pilha de livros à senhora. Mas até lá, vou apenas escrever na primeira página da agenda o factual:
dia chuvoso;
almoço em casa;
fondue, não consegui fazer a maionese ( 3 tentativas ahahahah),
tarde com a família.

Pode ser que assim não me lembre do resto.

Voz Off: a princesa foi dar uns murros no saco de areia.

6 comentários:

  1. Gimme a Break! Porque é que há sempre alguém que nos lixa o bom humor? Auster. Auster é sempre um bom medicamento para tudo. Ai, ai. Não lhe dês livros nenhuns: para já os labregos são mais felizes, e depois... uma pessoa assim não merece crescer intelectualmente. O supremo castigo é ser sempre gozada por ser pequenina. Deixa lá os livros para quem os estime, boa?

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  2. A minha entrada de estreia na Moleskine foi... decadente. Nem ta repito. Só para veres que não és a única. Por solidariedade parola. Beijos

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  3. Boa boa boa!
    Deixo para ti, já sabes, até aqueles do saramago, que não gostas tanto eheheh.
    Conta lá Jade, sabes que escrever sobre coisas dessas dá sempre boas dores de barriga a quem ri a bom rir com o que lê!
    Mas não contes aqui, conta no teu estaminé. Puxa uma cadeira, abre o chapéu de sol, senta-te e conta! Já estou a ouvir!
    Estás melhor?

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  4. A princesa tem um saco de areia para dar socos? Ou vai dá-los ao ginásio?

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  5. LooooL

    "Prédios é que nunca fizeste, pois não?!"

    LooooooL

    Com Elevador ou sem elevador...

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  6. Bem vindo ao meu humilde palácio Arrumadinho.
    A princesa tem um imaginário saco de areia, para dar uns imaginários soquitos sempre que necessário.

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