terça-feira, 30 de junho de 2009

Tardes de chuva, gravidezes múltiplas... e mães muito embaraçadas

Ontem ouvia na rádio uma rubrica de Eduardo Sá e de Isabel Stilwell sobre a educação sexual, o papel dos pais e da escola neste contexto. O que me ficou desta breve conversa, que deve estar em pod cast no site da antena1, foi que o essencial é mais uma vez o diálogo. Sim o diálogo entre pais e filhos, tentando explicar tudo às criancinhas e aos jovens e blá blá blá...
Não podia estar mais de acordo claro, no entanto, durante estes diálogos que, por vezes, acontecem entre mim e o meu filho de cinco anos eu sinto a minha total incapacidade para lidar com o assunto. Acho que é assim com todos os pais / mães.
Quando falamos em educação sexual tudo se resume 1. ao acto sexual e à forma como o poderemos explicar de forma apropriada à idade o que implica ir explicando sempre o que eles precisam de saber sem nunca revelar a mais nem deixar a sua curiosidade insatisfeita. É difícil! 2. ao nascimento, como consequência do acto sexual, ou de amor, já que eles não vão em conversas que envolvam cegonhas e afins, escusam de tentar. E o nascimento, tem um problema acrescido (não para mim que tenho uma fantástica cicatriz de cesariana): explicar como acontece sem, mais uma vez, ultrapassar o que eles vão conseguir entender.
Por mais que eu já tenha lido ao meu filho o livro "O nascimento" e ele tenha obtido resposta a tudo o que já perguntou sem envolver aves ou insectos melíferos, com muito esforço meu, há dias fiquei desarmada quando via na televisão um documentário chamado "gravidezes múltiplas", que iriam obviamente acabar em partos. E claro que um deles tinha de ser natural. Eu estava sentadinha no sofá e ele também, o programa foi avançando até que o pequeno pergunta, e eu mãe como nasci?. Eu muito expedita, mostrei a cicatriz e ele ficou caladinho e eu muito aliviada. Pronto, pensei, já não vai perguntar mais nada, agora é só ver até ao fim. Eis se não quando, uma destas gravidezes acaba em parto normal. Apesar de todos os meus medos e receios e de uma enorme vontade de mudar de canal, desligar o quadro da luz, fingir desmaiar, etc, aguentei firme, e fiz bem, porque a reacção dele ao ver os bebés a nascer foi a mais normal e natural que poderia esperar. Só ficou surpreendido por a senhora ter dores e disse: "quando o mau mano nascer eu quero estar a fazer-te companhia para não te doer."
Pronto! Medo para quê? Histórias mirabolantes inventadas todos estes anos com que finalidade?
Estou satisfeita pois com a ajuda da tv e do bem fadado diálogo, a criança viu coisas que eu não conseguiria explicar e não ficou chocada.
É claro que as perguntas não vão acabar e ainda bem. Mas eu não quero que o meu filho seja um jovem mal informado que acredite em mitos urbanos do tipo "à primeira não engravida"; "com o período não engravida"; "o preservativo atrapalha"; "quando dizem não querem dizer sim" e por ai fora...
Vai ser um longo caminho a percorrer, pois já a seguir vem a idade da prateleira, ou será do armário, e eu quero deixar a porta aberta para que ele venha sempre ter comigo fazer as suas perguntas. Por mais que me custe, vou tentar responder sempre, mesmo que tenha de pedir ajuda...

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