domingo, 22 de fevereiro de 2009

É assim, porque é assim.

Sempre que aqui venho e me sento para escrever há um turbilhão de ideias e pensamentos que depois saem e aqui ficam nos posts. Ultimamente isto não tem acontecido, ou seja, por não sentir este turbilhão ou este impulso, nem sequer me tenho obrigado a escrever. Cá me tenho resignado com a miséria da mente humana. Não há nada que sirva de desculpa, nem o filho, nem o trabalho, nem por ser casada, nem por ser Carnaval. Só não me apetece. É assim, porque é assim.
Mas hoje, finalmente, senti necessidade de escrever e dizer aqui que quando for grande quero ser surrealista. Gostaria de explanar mais sobre o assunto, mas depois de ter visto o câmara clara de hoje sobre o Surrealismo e, no seguimento de uma exposição sobre o Surrealismo português na Cordoaria Nacional(vamos Jade?), senti-me ignorante e com fome de saber mais. Vou juntar uns livros e ler sobre o assunto para me sentir mais acima e mais à frente. Claro que só vou conseguir falar do assunto com duas pessoas, as únicas com paciência para me ouvir, a amiga e o marido. Também quero ver um filme que assenta nos sonhos sem explicação de Dali e Buñuel. "É assim, porque é assim, porque sonhei assim." E porque não? Eu, que até gosto de desmistificar, senti-me atraída por esta forma de ver as coisas. Não prometo divagações acerca do assunto, não vão já a correr fazer bloquear nos blogues a seguir, ok?
Só com uns óculos de lentes surrealistas consigo viver neste paíszinho de m****. Em altura de dificuldades ( não uso a palavra crise de propósito), nada como os tugas para chafurdar na porcaria. Hoje leio no jornal, que não vou citar, que segurança, higiene e saúde no trabalho sem contra-ordenações, e que os processos pendentes podem acabar arquivados.
Provavelmente a maior parte de nós não vê nada de especial nestas palavras, mas ao que parece um legislador simplesmente revogou o que na lei constava acerca do assunto. Os trabalhadores passam a estar desprotegidos quanto à higiene, segurança e saúde no trabalho, acidentes de trabalho e doenças profissionais até que se corrija esta situação. No entanto, continuará a haver um hiato no que diz respeito ao cumprimento de deveres da entidade patronal durante um determinado período.
Pronto, assim não há patrão que não consiga manter as portas abertas. É só facilidades. Já não vai ser preciso usar os equipamentos de protecção individual, nem as protecções anti queda em andaimes, nem delimitar buracos deixados no decorrer de trabalhos, and so on and so on. Ah já estou a ver a malta a esfregar as mãozinhas. Parece impossível a falta de rigor com que as coisas são feitas neste país. É de leis que se trata aqui, leis que resultam de directivas europeias. Que linda figura que vamos fazer outra vez, hein, figurinha de atrasados, mais uma vez. Eu acho que até nos podíamos desanexar do continente europeu e lançávamos amarras para Marrocos. Assim, já tínhamos desculpa para tanta asneira, muito sol na moleirinha.

3 comentários:

  1. Ainda me lembro de ter lido que em Paris no tempo do surrealismo havia um canhão num bar frequentado pelos Srs. da "Corrente, Linguagem, Estar de Espirito" artistica que quando gastavam 300 Fr nas bebidas o canhão disparava fazendo-se ouvir por toda a capital Francesa.
    Já não sei se é uma Lei para facilitar os primatas que vivem nos andaimes e na Assembleia da Republica, ou se é para proteger as pessoas que passam perto? Cá para mim, Segurança nas obras publicas, nunca fez sentido! pois morrem sempre muitos trabalhadores, as causas e as culpas ficam sempre solteiras.
    Gastar dinheiro em Segurança, protecção e prevenção, para quê? Dinheiro deitado à rua, os acidentes têm mesmo que acontecer! Mentalidade arcaica, desumana e com falta de proteccionismo.
    Qual Empresa de um pais da Comunidade europeia faz consorcio com Empresas Portuguesas?

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  2. Até quando está a exposição na Cordoaria? Adoro os surrealistas, vamos, claro que vamos. É como se já lá estivéssemos! Também há uma exposição de surrealismo (português) no CCB... podíamos matar dois coelhos de uma só cajadada... eu levo o cajado, daqui da Cidade de Deus!

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  3. Jade, convence a Princesa. Eu levo a Máquina que tira fotos, desta proxima, não tiro fotografias ás obras de arte na parede, só tiro ás meninas.

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Já que leste o texto e viste as imagens, agora só falta comentar. Vá lá, a princesa gosta de saber a tua opinião.