domingo, 15 de fevereiro de 2009

14 de Fevereiro sempre foi...

... para mim um dia normal. Como os outros.
Tal como o natal e todos os outros dias, lá em casa não se dava muita importância a festas consumistas. E porquê?
Porque nos anos oitenta não havia muito dinheiro, então as pessoas passavam por este dia de forma natural e sem grandes alaridos, Lisboa parecia ficar mais longe do que agora, e, só nas poucas séries americanas se falava mais no tal dia de São Valentim.
Sinceramente, penso que só se dá muita importância a estes dias, quando as coisas não vão bem. Como as noites só de gajas, que saem à noite para fazer tudo o que os maridos não deixam, ou o que elas não têm coragem de fazer à frente deles.
Este ano não foi diferente, ou seja, não houve nenhum jantar da "praxe", todos os dias jantamos juntos e falamos muito; nem flores, pois elas são trazidas esporadicamente embrulhadas em papel de jornal acabadas de colher (rosas amarelas, que prefiro); ursitos de peluche com corações foleiros tão pouco, somos alérgicos aos peluches e tolerantes à foleirice.
Percebi há muito tempo que para mim, cá dentro, necessitar de um gesto especifico num dia determinado no calendário significa que algo está muito errado. Querer ser igual aos que vão jantar fora e celebrar o que de seu têm para celebrar não é para mim um bom prenuncio. Preciso estar livre de todos estes rituais de calendário para me sentir em paz comigo mesma e não me sentir angustiada, frustrada, triste, melancólica.
O único dia que celebro com alegria e generosidade é o dia de aniversário. O meu e o dos que me rodeiam. Esse sim é de celebrar, pois, é a nossa festa e também o nosso ano novo, natal, fecho de ciclo, renascimento and so on. Foi o que fizemos ontem, festejámos o aniversário do nosso príncipe, chamámos todos os seus amigos de escola que nos encheram a casa de risos, alegria, cor, papel de embrulho, lacinhos, caixas, livros, brinquedos, riscos na parede, desenhos coloridos, cantigas, brigadeiro, gritos, choros com lágrimas, mães a entrar e sair, uma cama cheia de casaquinhos, um gato apavorado, amor. Foi assim o nosso dia de São Valentim e fomos muito valentes, apre!
Para o ano quero mais e não trocava isto por nenhum jantarito que iria ficar sempre aquém das expectativas. Tenho o palato cada vez mais apurado. Restaurantes apinhados, rosas vermelhas e corações foleiros e chocolates forçados... been there, done that.
Mas, o amor é lindo e as declarações / cartas de amor são todas ridiculas, sim, quando sinceras.

2 comentários:

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