sexta-feira, 6 de março de 2009

O dia e a mulher

Mais uma vez, fui convidada para um jantar / almoço / lanche / convívio no dito dia internacional da mulher. Eu, mais uma vez, recusei.
Não me convidem para encontros de gajas neste dia, porque é o dia blá blá blá, que eu não aceito. Não celebro este dia, recuso-me ao ponto de que, se fosse feriado, eu acampava à porta do local de trabalho. OK posso até aceitar se, e apenas se, for eu a escolher o tema de conversa ( até estou a imaginar as caras das mocinhas). E os temas possiveis são: as sufragistas ou luta pelos direitos das mulheres.
Brincadeiras à parte, só vou celebrar este dia e aceitá-lo como dia internacional da mulher: quando, por exemplo, em Portugal as mulheres operárias, e outras profissionais, tiverem direito a salário igual por desempenharem as mesmas terefas que os seus colegas homens;
quando as indianas deixarem de casar com dote e tiverem o direito de levar uma gravidez até ao fim, mesmo que seja a 5ª rapariga que estão a gerar;
quando os chineses não abandonarem as suas filhas na rua como um papel amachucado à espera que alguém as leve sem interessar para onde;
quando em todo o mundo as meninas deixarem de ser mutiladas sexualmente por razões que a própria razão desconhece;
quando as mulheres puderem dizer NÃO sem que os homens achem que estão a dizer sim;
quando deixar de haver tráfico sexual branco, vermelho, amarelo, preto;
quando as mulheres do islão puderem estudar, decidir, andar de cara à mostra, andar ao lado do marido, votar sem pressões;
quando os casamentos por conveniência decididos pela familia acabarem;
quando as católicas puderem tomar a pilula, abortar e usar preservativo de livre vontade;
quando meninas como aquela do Brasil, e a respectiva equipa médica, não forem mais excomungadas pela igreja, por abortar aos nove anos após violação recorrente desde os seis( eu chamo um acto de caridade);
quando não houver violência sexual como resultado da guerra, como no Darfur;
quando o mundo for um lugar melhor para as mulheres e para os homens, que elas põem no mundo...
Se eu ainda for viva nesse dia, aí sim eu vou celebrar o dia de gerebera na mão. Até lá, lamento, mas estamos fechados para balanço.

3 comentários:

  1. Assino e carimbo a papel timbrado de 25 linhas com marca de água... a não ser que... já não vá para os copos há muito tempo!
    Agora a sério: tenho uma palavra, não, duas, para o Dia da Mulher: Ridículo e Hipócrita.
    Belo texto.

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  2. O dia da Mulher devia ser todos os dias. Assim as mulheres não saiam de casa, ficavam a coser meias e engomar! Só assim teriamos rapazes, filhos e alunos bem comportados nas escolas!
    Muito Berm Princesa!

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  3. Ah o comentário do Mirovich só foi publicado, para que os visitantes do blog comecem a comentar, mesmo que seja para descordar na totalidade. Se não, como é possivel ter cerca de trezentas visitas e tão poucos comentários.

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Já que leste o texto e viste as imagens, agora só falta comentar. Vá lá, a princesa gosta de saber a tua opinião.